7 em cada 10 pessoas assassinadas no Brasil são negras
No Brasil, 54% da população, segundo o IBGE, é negra. Mas 70% das vítimas de assassinato no país são negras. Sete em cada dez pessoas assassinadas no Brasil. Na faixa etária de 15 a 29 anos, são cinco vidas perdidas para a violência a cada duas horas. De 2005 a 2015, enquanto a taxa de homicídios por 100 mil habitantes teve queda de 12% para os não-negros, entre os negros houve aumento de 18,2%.
Esses dados acabam com o mito de que os negros só são a maioria das vítimas por serem maioria no país. Há até relatório da ONU apontando que o Brasil sofre de racismo institucional.
Segundo pesquisa realizada pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e pelo Senado Federal, 56% da população brasileira concorda com a afirmação de que “a morte violenta de um jovem negro choca menos a sociedade do que a morte de um jovem branco”. O dado revela que o brasileiro tem consciência do racismo que existe no país.
Outro dado que mostra a desigualdade entre brancos e negros no país é do IBGE, que revela que, entre o 1% da população mais rica no país, 79% são brancos.
A ONU Brasil lançou a campanha “Vidas Negras” no mês passado para chamar a atenção para o fato de que cada perda é um prejuízo para o conjunto da sociedade. Segundo dados recentemente divulgados pelo UNICEF, de cada mil adolescentes brasileiros, quatro vão ser assassinados antes de completar 19 anos. Se nada for feito, serão 43 mil brasileiros entre os 12 e os 18 anos mortos de 2015 a 2021, três vezes mais negros do que brancos. Entre os jovens, de 15 a 29, nos próximos 23 minutos, uma vida negra será perdida e um futuro cancelado.
A campanha defende que esta morte precisa ser evitada e, para isso, é necessário que Estado e sociedade se comprometam com o fim do racismo.