Farmacêuticas poderiam investir mais em educação: a ciência precisa chegar a todos!
Imagine gastar bilhões em dinheiro, em horas de pesquisas científicas e depois perceber que o objetivo não foi alcançado por falta de educação?
Como assim falta de educação?
Se as pessoas não têm acesso à ciência, estão condenadas a permanecer no estágio original da ignorância que é ignorar que ignoram.
Há tempos faço parte de um grupo de educadores que insiste no fato de que a escola deve tratar a respeito de problemas reais. Esta é uma questão real: como vacinar, por que vacinar, quando e por que se cogita não vacinar? Quais os riscos de se ter uma população não vacinada?
Esclarecimento! Conhecimento que supera o acúmulo de informação e a fofoca, a notícia falsa, traduzida como Fake News.
Este pode e deve ser o grande papel das escolas, da sociedade civil organizada, em parceria com universidades, empresas comprometidas com o desenvolvimento de pesquisas, medicamentos e vacinas: facilitar e digerir a linguagem científica de maneira que a população seja corretamente esclarecida e entenda o que é aquilo, não entre em pânico por querer ser vacinada, nem se abstenha da campanha por não entender de que se trata ou por medos ou suspeita.
Os profissionais de saúde precisam também se tornar educadores, saber se aproximar da população de maneira acolhedora, formar multiplicadores de conhecimento.
Que ambiente melhor que a escola para capacitar multiplicadores?
Zé Gotinha, símbolo da vacinação desde os anos 80, foi um nome criado a partir da participação de estudantes de todo o país. Toda criança ama o Zé Gotinha e graças a ele vacinar se tornou uma ação mais simpática. Zé Gotinha é um grande educador porque encabeça muitas campanhas informativas sobre a vacinação.
Tomar ou não uma vacina não é algo que afeta somente a pessoa. Afeta toda a comunidade que fica vulnerável.
As crianças não são o futuro, são o agora! Então, podem ser estimuladas a pesquisar sobre o assunto, trazer soluções para a comunidade, criar campanhas de conscientização – melhor vacina contra o que se ignora. Na escola, podemos criar ambiente formador da comunidade, ambiente que permita a participação de todos na construção de conhecimentos.
O Rotary Club é um exemplo, entre outras coisas, de como a sociedade civil organizada produz muito resultado. Esta organização conseguiu, no mundo inteiro, juntar interessados em solucionar a questão da pólio e o impacto foi gigante. Engajou e incluiu entidades governamentais, públicas. Imagine se mais pessoas, empresas e organizações se engajassem por uma causa em comum? O impacto seria imenso e a dependência do poder público, cada vez menor.
Mas, tudo passa pela educação, por buscar gente interessada em se formar, se informar e multiplicar conhecimentos. Isso custa tempo e dinheiro. Mas também tem a ver com sonhos, com vontade para a mobilização!
Referências e sugestões para avançar na temática:
- http://www.blog.saude.gov.br/servicos/32941-zegotinha-conheca-a-historia-do-simbolo-da-vacinacao-no-brasil.html
- https://super.abril.com.br/ciencia/vacinas-fazem-bem-ou-mal/
- https://super.abril.com.br/ciencia/vacinas-fazem-bem-ou-mal/
- https://www.rotary.org/pt/roots-rotarys-polio-efforts
- https://www.rotary.org/pt/meet-our-polio-partners