ODS 5 – igualdade de gênero e relações ecológicas ou predadoras
“… o ecofeminismo não foi menos agudo em sua aproximação ao problema ambiental pela perspectiva feminista, revelando os elementos patriarcais que se encontraram na base do modelo cultural ocidental, e destacando sua influência na instrumentação e perpetuação de uma relação predadora com a natureza; mostrou o vínculo existente entre as formas de opressão social à mulher e a depredação ambiental.” (Reinventar a Educação. Edgar Morin e Carlos Delgado. Tradução de Irene Reis dos Santos. Ed. Palas Athena. P. 58)
Relação predadora é aquela em que um agente da relação se comporta de maneira superior ao outro e, por isso, o inferioriza, o desmonta, o destrói, o devora. No caso das relações humanas, no que diz respeito à igualdade de gênero, ainda estamos, em pleno século XXI, colocando como pauta em nossas agendas a questão da opressão da mulher, sem deixarmos de tratar a respeito das que de oprimidas, passam a opressoras em casa, no trabalho e em outros tipos de relações, porque, afinal, foi o padrão de comportamento experimentado por muito tempo e romper com isso demanda submeter-se a novos conhecimentos, a uma nova educação.
Quando nos abrimos para a agenda 5 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, tratamos sobre igualdade de gênero, mas também sobre superação. O pensamento limitante e limitado quer entender que tal superação pode ser ameaça ao masculino quando, na verdade, trata-se de superação de si para si mesma.
A mulher, desde menina, precisa acreditar que pode superar algumas determinações limitantes como: suas roupas precisam ser rosa, seus brinquedos estão determinados pela seção da loja e não incluem nenhum outro carrinho além do de boneca-bebê. Decidir ter cabelo curto e não usar laço de fita é quase uma rebeldia, para não falarmos sobre a imensa ofensa à humanidade quando algumas decidem não procriar.
Por que estamos insistindo na igualdade? Porque é na igualdade que se vive a diversidade. Ou você realmente acha que se pode viver diversidade em um grupo ministerial, por exemplo, que tem 20 homens e duas mulheres.
Ah, desculpa, gente, eu me esqueci de que a igualdade está no fato de que elas valem dez cada uma. Será meu cansaço que me fez esquecer disso?
Estamos falando sobre igualdade, basicamente, porque em números de habitantes, as mulheres estão em maioria. Mas ainda não são maioria nos números relacionados com os salários, com os cargos de diretoria etc.
Estamos tratando a respeito da igualdade porque isso é ético, legítimo, urgente e favorável à ecologia social.
Referências e sugestões para avançar na temática:
MORIN, Edgar; DELGADO, Carlos Jesus. Reinventar a educação: abrir caminhos para a metamorfose da humanidade. Tradução de Irene Reis dos Santos. São Paulo: Editora Palas Athena, 2016.
Nações Unidas Brasil. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/>. Acesso: 10/04/2019.
Plan Internacional. Disponível em: <https://plan.org.br/>. Acesso: 10/04/2019.
Estudo mostra desigualdades de gênero e raça em 20 anos. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/>. Acesso em: 07/04/2019.
Desigualdade de gênero afastam mulheres e meninas da ciência, dizem especialistas. Disponível em: <https://nacoesunidas.org>. Acesso em: 05/04/2019.