1 preso morre a cada 2 dias no Rio de Janeiro, aponta pesquisa
A maioria dessas mortes está associada a doenças infecciosas e más condições de higiene
Por Caio Lencioni
De acordo com a Defensoria Pública do Estado (DPRJ), a incidência de mortes nas cadeias do Rio de Janeiro cresceu 10 vezes, nos últimos 20 anos. Em 1998, 26 presos morreram. Em 2017, o número subiu para 266.
Nos quatro primeiros meses de 2018, um levantamento da Defensoria Pública registrou uma morte de preso a cada dois dias, o que resulta em 55 presos mortos. Desde o início da contagem, o número chegou a 2.416. Estas mortes estão associadas, em sua maioria, a doenças infecciosas, falta de profissionais de saúde e más condições de higiene.
Esse levantamento foi produzido para uma ação civil pública contra o governo do estado e a prefeitura do Rio, a fim de requerer uma solução para o problema.
Segundo o laudo cadavérico da pesquisa, dos 83 presos mortos entre 2014 e 2015, 30 tinham sinais de emagrecimento excessivo e desnutrição. Já outros 53, em que 35 tinham menos de 40 anos de idade, morreram de pneumonia, tuberculose e complicações de infecções pulmonares.
A coordenadora de Saúde e Tutela Coletiva da DPRJ, Raphaela Jahara, aponta que outras pesquisas realizadas constataram que a maioria das mortes do sistema penitenciário envolve pessoas jovens, portadoras de diabetes ou hipertensão.