15 milhões vivem com 3% do valor de auxílio-moradia pago a parlamentares

A extrema pobreza aumentou no último ano no país. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 15,2 milhões de pessoas no Brasil estavam em situação de extrema pobreza em 2017.

Esses milhões de brasileiros sobrevivem com renda inferior a US$ 1,90 por dia, que é equivalente a R$ 140 por mês, caracterizando extrema pobreza.

Na contramão dessas pessoas, vem o salário e auxílios pagos a parlamentares, que têm um salário de R$ 33.763 (35 vezes o salário mínimo atual), auxílio-moradia de R$ 4.253 ou apartamento de graça para morar, verba de R$ 92 mil para contratar até 25 funcionários, e verba de R$ 30.416,80 a R$ 45.240,67 por mês para gastar com alimentação, aluguel de veículo e escritório, divulgação do mandato e outras despesas.

O Observatório do Terceiro Setor fez as contas e apenas o auxílio-moradia pago todos os meses a parlamentares é 30 vezes a renda de 15 milhões de brasileiros. Essas pessoas sobrevivem com 3% do valor pago somente de auxílio moradia – apenas um dos motivos que colocam o Brasil entre os primeiros do ranking de países mais desiguais do mundo.

Os números da desigualdade social no Brasil são alarmantes. Segundo a Pesquisa Desigualdade Mundial 2018, 1% da população detém quase 30% da renda do país. Outro dado, este do relatório ‘A distância que nos une – Um retrato das desigualdades brasileiras’, aponta que os 5% mais ricos da população recebem por mês o mesmo que os demais 95% juntos.