2,2 milhões de crianças e adolescentes vivem em casas de palha no Brasil
Relatório do UNICEF também aponta que 61% das crianças e dos adolescentes brasileiros vivem na pobreza
No Brasil, mais de 18 milhões de crianças e adolescentes (34,3% do total) vivem em domicílios com renda per capita insuficiente para adquirir uma cesta básica de bens. É o que revela o relatório elaborado pelo UNICEF ‘Pobreza na Infância e na Adolescência’.
O estudo também aponta que 61% das meninas e dos meninos brasileiros vivem na pobreza – sendo monetariamente pobres e/ou estando privados de um ou mais direitos, entre os seis analisados.
A pobreza na infância e na adolescência tem múltiplas dimensões, que vão além do dinheiro. Ela é o resultado da inter-relação entre privações, exclusões e as diferentes vulnerabilidades a que meninas e meninos estão expostos e que impactam seu bem-estar.
Uma das privações que afetam milhões de crianças no Brasil é relacionada à moradia. 11% das crianças e dos adolescentes de até 17 anos (5,8 milhões) não têm o direito a moradia garantido. 6,8% vivem em casas de teto de madeira reaproveitada e 4 pessoas por quarto, em privação intermediária. E 4,2% (2,2 milhões) em casas com 5 ou mais pessoas por dormitório e teto de palha, em privação extrema.
A privação de moradia afeta igualmente meninas e meninos, mas incide mais entre crianças mais novas do que entre adolescentes. A grande maioria das crianças e dos adolescentes privados, sete em cada dez, é negra. As regiões com maiores problemas de moradia são a Norte, seguida pela Sudeste.