265 milhões de pessoas podem sofrer com a falta de alimentos na pandemia
Com a pandemia de Covid-19, o número de pessoas passando fome no mundo pode duplicar, segundo estimativas do Relatório Global de Crises Alimentares
Por: Isabela Alves
Em 2019, 135 milhões de pessoas em 55 países e territórios venderam seus bens para conseguir comprar comida ou já não tinham acesso a nenhum alimento. O dado é do Relatório Global de Crise Alimentar 2020, publicado pelo Programa Mundial de Alimentação (PMA) e pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Entre os principais motivos que levaram essas pessoas à falta de alimentos estão os conflitos políticos e sociais, mudanças do clima e a deterioração econômica. Agora, com a pandemia de Covid-19, o número de pessoas que podem entrar para essa situação de vulnerabilidade social até o fim do ano deve duplicar, passando para 265 milhões.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o diretor regional para América Latina e Caribe do PMA, Miguel Barreto, diz que uma pandemia de fome, aliada à sanitária já em curso, vai resultar em muitas mortes por falta de comida.
Entre os países que estão enfrentando as maiores crises humanitárias estão Iêmen, República Democrática do Congo, Afeganistão, Venezuela, Etiópia, Sudão do Sul, Síria, Sudão, Nigéria e Haiti, com cerca de 66% da população afetada.
Os dados do relatório foram recolhidos antes da pandemia de Covid-19 e, em 2020, a situação “é particularmente preocupante devido às previsões da evolução da pandemia.” As entidades que elaboraram o relatório relatam que a situação alimentar pode piorar, mas a magnitude das consequências ainda não é conhecida.
Fontes: Folha de São Paulo e ONU News