33 pessoas são encontradas em situação análoga à de escravidão
Os trabalhadores foram encontrados em duas carvoarias e uma destilaria de óleo vegetal em Minas Gerais
Por: Mariana Lima
Auditores-fiscais da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia resgataram 33 pessoas que estavam trabalhando em situação análoga à de escravidão, em uma ação que foi do dia 24 de abril ao dia 1º de maio.
O grupo foi encontrado no município de Ninheira (MG). 23 pessoas foram encontradas na Fazenda Tamboril (produtora de carvão) e outras 10 na propriedade vizinha, onde funciona a Destilaria Jacaré Ltda (produtora de óleo vegetal), colhendo folhas de eucalipto.
Por ser dividida em duas, as carvoarias deram mais trabalho aos fiscais. Enquanto identificavam os trabalhadores da primeira fazenda, um motoqueiro foi até a segunda e obrigou as pessoas a se esconderem na mata, tornando necessária a realização de buscas.
Um adolescente de 16 anos, que trabalhava na fazenda desde os 14, foi encontrado entre as 23 pessoas na fazenda, junto com dois idosos com mais de 60 anos.
“Os idosos realizavam as atividades mais desgastantes na carvoaria, atuando como carbonizadores. Além de estarem em condições degradantes, eram vítimas de jornadas exaustivas, tendo no máximo um dia de descanso a cada cinco semanas”, relata o auditor-fiscal que coordenou a ação, Marcelo Campos.
Entre os trabalhadores resgatados, apenas três tinham carteira assinada e recebiam salário regularmente. Os outros eram empregados informais e pagos a cada cinco semanas.
Eles não recebiam qualquer equipamento de proteção, não tinham acesso a espaços sanitários, água potável e local adequado para as refeições. As necessidades fisiológicas eram feitas no mato e a comida era consumida no chão.
As propriedades possuíam dois alojamentos, sendo que apenas um deles incluía um banheiro com chuveiro – que não funcionava.
Os trabalhadores devem receber seguro-desemprego especial para resgatados, que será pago pelo fazendeiro (cerca de R$ 70 mil) e pelo proprietário da destilaria (cerca de R$ 30 mil).
Lily Dias
07/05/2019 @ 13:53
A quem pertencem estas fazendas? Precisam divulgar o nome dos criminosos.