34 quilombolas já morreram em decorrência da Covid-19 no Brasil
Moradores de 97% dos municípios com territórios quilombolas no Brasil precisam se deslocar para outras cidades em busca de atendimento médico
Por: Mariana Lima
Um levantamento realizado pela Gênero e Número, utilizando como base a pesquisa ‘Regiões de Influência das Cidades’, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que os moradores de 97% dos municípios com territórios quilombolas no Brasil precisam se deslocar para outras cidades em busca de serviços básicos de saúde, como consultas e exames.
Os descolamentos se mostram a única alternativa possível em diversos casos dos chamados serviços de baixa e média complexidade, como consultas, exames, serviços ortopédicos e radiológicos e outros atendimentos que não se relacionam de forma direta com uma internação.
Muitas das comunidades quilombolas acabam por enfrentar um deslocamento mais complicado, já que estão distantes dos centros urbanos, ainda que menores. O contato frequente com populações de fora da comunidade aumenta o risco de contaminação entre os quilombolas.
Segundo os últimos dados da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), de 23 de maio, comunidades quilombolas brasileiras já registraram 34 mortes e 176 contaminações pelo novo coronavírus. Os estados mais afetados, segundo a organização, são Amapá, Pará e Pernambuco.
Para ajudar as famílias quilombolas de todo o pais, foi apresentado na Câmara dos Deputados o projeto de lei 2160/2020, que logo depois foi anexado ao PL 1142/2020.
O projeto de lei em questão prevê a entrega de um auxilio emergencial às comunidades quilombolas, no valor de um salário mínimo mensal para cada família durante a pandemia, vetando a necessidade de inserção em cadastros anteriores. O PL ainda prevê a garantia de testagem rápida dentro dos quilombos e institucionalização das barreiras sanitárias.
Fonte: Gênero e Número