68% das mulheres que atuam no trabalho doméstico são negras
Dado está presente no estudo ‘Os desafios do Passado no Trabalho Doméstico do Século XXI’, produzido pelo Ipea
Por: Mariana Lima
Em 2018, o país registrou 6,2 milhões de pessoas atuando no serviço doméstico remunerado, que varia entre as atividades desempenhadas por diaristas, babás, jardineiros e cuidadores.
Ao todo, 5,7 milhões eram mulheres, o equivalente a 92%, e, entre elas, 68% (3,9 milhões) eram mulheres negras.
2018 também apresentou um aumento no número de idosas que atuam nesta categoria. Elas já representam 7% dessas trabalhadoras. Em 1995, eram 3%.
Os dados estão compilados no estudo ‘Os desafios do Passado no Trabalho Doméstico do Século XXI’, produzido pelo Ipea com base nos dados da Pnad Contínua.
De acordo com a pesquisa, entre 1995 e 2018 houve uma diminuição na proporção de mulheres exercendo o serviço doméstico.
Apesar disso, a presença de mulheres negras não se modificou no decorrer do período analisado pelo estudo. Elas sempre representaram a maioria no setor.
No 1° ano do estudo, a média de mulheres ocupadas no trabalho doméstico era de 17,3%, índice que chegou a 14,6% após 14 anos.
Entre mulheres brancas, o índice foi de 13,4% para 10%, enquanto as mulheres negras foram de 22,5% para 18,6%.
Em 1995, apenas duas (17,8%) em cada dez domésticas estavam trabalhando com registro na carteira. O índice subiu para 33,3% em 2016.
O estudo ainda reflete sobre o perfil destas trabalhadoras, em sua maioria de famílias de baixa renda e com pouca escolaridade.
À medida em que cresce o acesso à escolaridade e a outras ocupações, muitas mulheres, principalmente as mais jovens, trocam os serviços domésticos por outros, como os de telemarketing, que consideram ser menos estigmatizados (embora não necessariamente menos precários).
Fonte: Universa
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