Agropecuária indígena tem mais mulheres produtoras e menos agrotóxicos
IBGE divulga Censo Agro e mostra que Agropecuária indígena tem mais mulheres produtoras e menos agrotóxicos.
Dados do Censo Agro 2017, divulgado pelo IBGE no ano passado, mostram que a região Norte concentra a maior proporção de produtores rurais indígenas (5%). O último Censo realizado mostrou que estabelecimentos indígenas têm maior proporção de mulheres na sua administração (25,90%). Além disso, 27,99% dos produtores indígenas têm menos de 35 anos de idade.
Cerca de 88,01% dos estabelecimentos dirigidos por indígenas não utilizam agrotóxico, a maior proporção entre os cinco grupos de cor ou raça do produtor. Por outro lado, somente 8,4% desses estabelecimentos receberam assistência e orientação técnica, a menor proporção.
Entre os 5,1 milhões de produtores encontrados pelo Censo Agro 2017, 45,43% se declararam brancos, 44,47% se disseram pardos, 8,37% pretos, 1,12% indígena e 0,62% amarelo. Os maiores percentuais de produtores indígenas estavam nas regiões Norte (5,0%) e Centro-Oeste (1,29%). Entre as Unidades da Federação, Roraima (33,63%), Amazonas (20,43%), Amapá (10,96%), Acre (6,09%) e Mato Grosso do Sul (4,52%) tinham as maiores proporções de produtores indígenas.
O Censo Agro 2017 mostra que os estabelecimentos dirigidos por indígenas têm produção mais diversificada (43,24% classificados como diversificados e muito diversificados), segundo a classificação de grau de especialização da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – FAO.
Os estabelecimentos agropecuários localizados nas RESEX, RDS e Florestas de Uso Sustentável estão concentrados na Região Norte (90,22%), sendo que 81,04% dos estabelecimentos estão concentrados em três estados – Amazonas, Acre e Pará. Nessas áreas, dentre os estabelecimentos agropecuários dedicados à produção florestal, em 98,70% o trabalho é realizado em florestas nativas, enquanto fora das RESEX, RDS e Florestas de Uso Sustentável esse percentual é de 67,30%.
Nessas unidades, os produtores pretos, pardos e indígenas somados correspondem a 85,42%, sendo a maior parcela de pardos (70,99%). Nessas áreas, os produtores indígenas são responsáveis por 5,83% dos estabelecimentos.
Foi a primeira vez que o Censo Agropecuário investigou cor ou raça dos produtores e de seus cônjuges, com recortes de Terras Indígenas e Unidades de Conservação. O objetivo foi disponibilizar informações detalhadas sobre esses temas, atendendo à necessidade de monitoramento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas, do Consenso de Montevidéu sobre População e Desenvolvimento e do Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas.
Fonte: IBGE Notícias