Assassinatos no campo atingem maior número desde 2003
Índices foram divulgados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT)
Por Caio Lencioni
De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 2017, os assassinatos no campo aumentaram 15% no Brasil, em comparação com o ano de 2016. Ao todo, foram 70 mortes, o maior número desde 2003, quando houve 73 assassinatos. A CPT destaca quatro massacres, ocorridos nos estados da Bahia, Mato Grosso, Pará e Rondônia.
Os assassinatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais sem-terra, de indígenas, quilombolas, posseiros, pescadores, assentados, entre outros, tiveram um crescimento a partir de 2015. O estado do Pará lidera o ranking de 2017: foram 21 pessoas assassinadas, sendo 10 no Massacre de Pau D’Arco. Em seguida, vêm Rondônia, com 17, e Bahia, com 10 assassinatos.
Dos 70 assassinatos em 2017, 28 ocorreram em massacres. Em agosto do mesmo ano, a CPT lançou um site sobre os massacres registrados de 1985 até 2017. Ao longo desses 32 anos, foram 46 massacres com 220 vítimas. O estado do Pará, em que ocorreram 26 massacres ao longo desses anos, é o que possui mais vítimas, com 125 pessoas ao todo.
De 1985 até 2017, a CPT registrou 1.438 casos com 1.904 vítimas. Apenas 113 casos foram julgados, o que corresponde a 8% do total. Em relação a essas ocorrências, houve a condenação de 31 mandantes dos assassinatos e 94 executores. De acordo com a CPT, “isso mostra como a impunidade ainda é um dos pilares mantenedores da violência no campo”.
Além disso, a CPT relata que a Secretaria Nacional da CPT, situada em Goiânia (GO), sofreu ataques de hackers, direcionados a setores estratégicos. O ataque impossibilitou a conclusão e o lançamento do estudo na data prevista.
O relatório com mais informações sobre os julgamentos pode ser acessado aqui. Já os índices de assassinatos no campo ao redor do Brasil podem ser acessados neste link.
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