Aumentam casos de bebês hospitalizados pela Ômicron
Os menores de 2 anos e os maiores de 11 anos, ou seja, os dois extremos da pediatria, são os que têm de duas a três vezes mais risco de hospitalização e morte pela covid-19
Mais bebês estão indo para o hospital com covid-19 desde o início da última onda da doença, impulsionada pela variante Ômicron, informou um estudo britânico. O aumento das internações pediátricas está relacionado, principalmente, a menores de 5 anos e, particularmente, crianças com menos de um ano de idade.
Apesar disso, a maioria não chega a ficar muito doente por causa do vírus, dizem os especialistas do Reino Unido, com base nos dados disponíveis desde dezembro.
O NHS England realizou uma avaliação rápida de cerca de 50 internações de bebês com Ômicron em 33 hospitais do Reino Unido, e continua a reunir mais evidências à medida que novos casos surgem. Enquanto muitos dos bebês tiveram febre com ou sem tosse, poucos precisaram de tratamento como oxigênio.
Dados iniciais divulgados pelo Grupo Consultivo Científico para Emergências (Sage) comparam 171 internações de crianças com a variante Ômicron com as internações do início da pandemia. Com mais vírus circulando no momento, há uma chance maior de as crianças pegarem covid.
Estima-se que cerca de 4,3 milhões de pessoas — ou uma em cada 15 — estejam infectadas no momento. Pessoas com idades entre 20 e 29 anos têm as taxas mais altas, e com mais de 80 anos, as mais baixas.
O professor Calum Semple, que aconselha o governo como parte da Sage, explicou: “Nosso estudo mostrou que houve um aumento na proporção de crianças admitidas nas últimas quatro semanas associadas ao início do Ômicron, e isso foi particularmente impulsionado por crianças com menos de um ano. A característica marcante é que agora estamos vendo essencialmente 42% das crianças com menos de um ano de idade, enquanto anteriormente eram cerca de 30%”.
Ainda segundo Semple, “Quando você olha as formas graves de covid-19, em geral, os menores de 2 anos e os maiores de 11 anos, ou seja, os dois extremos da pediatria, são os que têm de duas a três vezes mais risco de hospitalização e morte”. Por isso, no Brasil, a vacinação de crianças de 5 a 11 iniciará pela faixa etária com mais idade.
“A escolha de começar pelos mais velhos é prudente e, além disso, o intervalo entre a vacinação dos mais velhos e os mais novos será pequeno, de no máximo dois meses”, avaliou.
A vacinação de crianças no Brasil começou recentemente, mas muitas cidades já reclamam da falta de vacinas para imunizar todas as crianças da faixa etária estabelecida.
Fonte: Crescer