Brasil desmatou um terço das florestas virgens do mundo em 2019
Foram desmatados 1.361.000 hectares de florestas tropicais no Brasil. Essas florestas são as mais antigas e as que mais armazenam carbono, portanto são essenciais no combate à mudança climática
Por: Isabela Alves
Durante o ano de 2019, o Brasil perdeu cerca de 1.361.000 hectares (13.610 km²) de floresta tropical virgem. Isso significa que o país foi responsável pela perda de um terço das florestas primárias no mundo. Os dados são da plataforma Global Forest Watch.
As florestas primárias, ou virgens, são aquelas que não foram afetadas, ou afetadas o mínimo possível, pela ação humana.
Essas florestas são as mais antigas e as que possuem a maior diversidade de espécies. Elas também são as que mais armazenam carbono, portanto são essenciais no combate à mudança climática.
No ano passado, o mundo perdeu cerca de 3,8 milhões de hectares de florestas primárias tropicais. É o equivalente a perder um campo de futebol de floresta primária a cada 6 segundos durante todo o ano, e também um território quase do tamanho da Suíça.
O Brasil possui 33% das florestas primárias tropicais do mundo e foi responsável por 36% do total perdido no ano passado, sendo que 95% das perdas ocorreram na Amazônia.
A instituição que divulgou o relatório alegou que as principais razões para essas perdas foram o desmatamento por ação humana e incêndios.
República Democrática do Congo, Indonésia, Bolívia e Peru também aparecem na lista dos principais países tropicais que perderam mais floresta primária em 2019.
O desmatamento na Amazônia bate recorde em 2020
Os alertas de desmatamento na floresta Amazônica bateram o recorde histórico no primeiro trimestre de 2020. O recorde é referente aos últimos quatro anos, desde que o sistema Deter-B, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foi criado.
Entre janeiro e março de 2020, foram emitidos alertas de desmatamento para 796,08 km² da Amazônia. Isso representa um aumento de 51,45%, em comparação com o mesmo período de 2019, quando houve alerta para 525,63 km².
Fonte: BBC Brasil