Brasil tem 1,6 mil lixões, apesar de lei que previa fim deles para 2014
Houve até mesmo um crescimento no número de lixões de 2016 para 2017
Por: Isabela Alves
A destinação inadequada de resíduos no país aumentou. É o que revela o relatório Panorama Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil 2017, divulgado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
Por lei, todos os lixões do Brasil deveriam ter sido fechados até 2014, prazo dado pela Política Nacional dos Resíduos Sólidos. Entretanto, eles não só continuam existindo como houve até um aumento de 2016 para 2017. Em 2016, o país tinha 1.559 lixões. Em 2017, o número subiu para 1.610.
O relatório também aponta que a quantidade de volume de lixo depositado em tais locais seria o suficiente para encher 160 estádios de futebol do tamanho do Maracanã.
Além disso, em 2017, a destinação irregular aumentou 1%, em relação ao ano anterior, com mais de 29 milhões de toneladas depositadas em lixões e aterros.
Proporcionalmente, os depósitos de lixo existem em maior quantidade na região Nordeste, onde estão presentes em 861 municípios. O segundo lugar é da região Norte, com 252.
O Panorama 2017 também indica que a destinação adequada dos resíduos sólidos urbanos coletados pelos municípios permaneceu estagnada, com 59,1% do volume coletado encaminhado para aterros sanitários. Segundo o levantamento, cada brasileiro gerou em média 378 kg de resíduos em 2017.
Vale ressaltar que os lixões, além de contaminarem a água, o solo e poluírem o ar, também afetam diretamente a saúde de milhões de pessoas, sejam as que vivem no entorno desses lixões, muito próximos, ou aquelas que consomem a água ou os alimentos produzidos nessas áreas que estão contaminadas.