Brasil tem 40 mil internações por falta de saneamento básico em 3 meses
Quase 100 milhões de brasileiros não possuem cobertura da coleta de esgoto e 35 milhões não têm acesso à água tratada
Apenas no primeiro trimestre deste ano, o Brasil teve mais de 40 mil internações causadas por doenças relacionadas à falta de saneamento básico. O dado é de um estudo da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), divulgado nesta sexta-feira (05/06).
As internações ocuparam, em média, 4,2% dos leitos do SUS no período, por cerca de três dias. E custaram mais de R$ 16,1 milhões aos cofres públicos. Deste valor, quase a metade (46%) foi despendida apenas no Norte, região que, historicamente, apresenta graves falhas e os piores índices de saneamento básico do país.
Para contabilizar as internações, o estudo considera as Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) de transmissão feco-oral. São elas: cólera, febres tifóide e paratifóide, shiguelose, amebíase, diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível, entre outras enfermidades infecciosas intestinais. Segundo a publicação, estas doenças são típicas de ambientes precários, sem saneamento ou com saneamento inadequado.
Metade da população brasileira não tem acesso a saneamento básico. Quase 100 milhões de pessoas no país não possuem cobertura da coleta de esgoto e 35 milhões não têm acesso à água tratada,segundo o relatório ‘Ranking do Saneamento 2020’, divulgado pelo Instituto Trata Brasil.
Mesmo atendendo apenas metade da população com um serviço que, como o nome indica, é básico, a Advocacia Geral da União (AGU) defendeu recentemente, no Supremo Tribunal Federal (STF), um decreto do presidente Jair Bolsonaro que retirou os serviços de captação e tratamento de água, esgoto e lixo da lista de serviços essenciais.
Segundo a AGU, cabe ao presidente da República determinar o que é ou não serviço essencial e a prestação desse tipo de serviço não cabe à União, mas a Estados e municípios.
Fonte: G1