Brasil tem faculdade especializada em cursos de educação para a paz
Instituição foi criada em Brasília na década de 1980 e une ciência e outros tipos de conhecimento
Por Caio Lencioni
Fundada em Brasília, em 1987, pelo educador e psicólogo francês Pierre Weil, a Universidade Internacional da Paz (Unipaz) surgiu com o objetivo de promover a educação para a paz. Hoje, a rede possui filiais na França, Costa Rica, Suíça, Bélgica e Portugal, oferece um curso de pós-graduação lato sensu e uma série de cursos livres. Em todos eles, há uma característica em comum: as aulas vão além das teorias e dos conceitos científicos, traçando um caminho “transdisciplinar holístico”. Na prática, as aulas misturam arte, ciência, filosofia e tradições espirituais. Assim, a escola busca oferecer não só capacitação profissional, mas também uma formação humana, que ajude os alunos a conhecerem melhor a si mesmos e a contribuírem com a resolução de problemas sociais.
De acordo com a coordenadora pedagógica e atual vice-presidente da instituição, Nelma de Silva Sá, o biólogo e psicólogo Jean Piaget foi o primeiro a usar o termo transdisciplinar. A ideia é de que o conhecimento não deve ficar restrito a disciplinas isoladas, é preciso que as áreas conversem entre si. “A evolução do conhecimento chegaria quando transitássemos por uma abordagem transdisciplinar”, explica Nelma ao falar sobre um dos preceitos da faculdade, usando o teórico Piaget como referência.
Nelma conta que a sede da instituição fica em Brasília, exatamente no local onde morava Golbery do Couto e Silva – um dos principais teóricos da doutrina de segurança nacional, elaborada na década de 1950 pelos militares brasileiros. “Em um lugar onde antes eram criadas estratégias de guerra, hoje são criadas estratégias de paz”, destaca Nelma.
A vice-presidente da faculdade também diz que, ao longo de 12 anos, a unidade de São Paulo, que fica na Vila Mariana, já teve mais de 3 mil alunos, com diferentes perfis. Uma característica, no entanto, é frequente: “são pessoas que trabalham com pessoas”, conta. Entre os profissionais que procuram a escola estão psicólogos e pedagogos, que atuam muitas vezes como facilitadores.
O beija-flor, animal adotado como símbolo da instituição, é usado como metáfora por Nelma para falar sobre os facilitadores. “Aqui nós formamos beija-flores. A ideia é preparar bem essas pessoas para que elas façam a diferença no meio em que vivem”.
Atualmente, o curso mais procurado é o de Psicologia Transpessoal. Essa pós-graduação foi criada com o objetivo de fazer com que os alunos enxerguem além do próprio indivíduo, integrando ciência e espiritualidade.
Para a consultora interna de recursos humanos Camila Paoletti, de 34 anos, o curso de Psicologia Transpessoal também “dá suporte ao indivíduo para que ele alcance todo o potencial que tem”. O curso, aliás, é o segundo que Camila faz na instituição. Antes dele, ela cursou a Formação Holística de Base (FHB). “Eu estava procurando um curso que pudesse contribuir com a minha formação profissional, mas que fosse diferente”, conta Camila sobre o motivo que a levou a ingressar no primeiro curso.
Outra profissional que diz ter se encontrado nos cursos de educação para a paz é Laura Lobo, hoje presidente da Unipaz. De acordo com ela, há oito anos, quando ela conheceu a instituição, ela vivia um momento de incômodo com a profissão de empresária. Laura sentia que precisava investir no autoconhecimento e iniciar uma nova carreira, na qual pudesse ser mais feliz. E ela não foi a única a buscar na Unipaz o incentivo para mudar de área. “Um fio que permeia todos esses aprendizes é o incômodo com a vida”, explica.
Marisa borges
22/01/2018 @ 14:45
Meu filho tem 20 anos e quer fazer faculdade de psicologia,acho que ele se dá bem com isso.Por favor tem alguém aí que possa ajudá-lo?
Herbert Gavazza Marques
05/05/2020 @ 04:34
Gostaria de conhecer o campi da UNIPAZ na vila Mariana, bairro ondem moro por interesse nas varias abordagens da cultura humanista. Podem me fornecer o endereço!
Adilson Azevedo da Silva
15/12/2020 @ 07:52
Bom dia. Vocês teriam as formações no molde em EAD?