Brasileiros e sobreviventes: país é um dos mais violentos do mundo
Os brasileiros e o resto do mundo estão chocados com a violência mostrada na cidade do Rio de Janeiro nos últimos meses e com o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL). Mas já faz algum tempo que a violência no Brasil assusta. Em 2016, foram 61.283 mortes violentas no país, o maior número já registrado, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2017. O número é tão alto que colocou o Brasil no topo do ranking dos países com mais mortes violentas no mundo, em números absolutos, segundo um estudo da entidade Small Arms Survey, considerada uma referência mundial em pesquisas sobre a violência armada.
A entidade estima que, em 2016, 560 mil pessoas foram mortas em todo o mundo de forma violenta. Isso representa um assassinato a cada minuto. Sozinho, porém, o Brasil representa 10,9% dessas vítimas.
A violência no país é tão grande que supera o número de óbitos supera o de países em guerra, como a Síria. Entre janeiro de 2011 e dezembro de 2015, o Brasil teve um total de 279.567 assassinatos. Os dados incluem as ocorrências de homicídio doloso, latrocínio (roubo seguido de morte), lesão corporal seguida de morte e morte decorrente de ações policiais. Na Síria, entre março de 2011 e novembro de 2015, a guerra causou 256.124 mortes, segundo estimativa da Agência da ONU para os Refugiados.
O país também é líder ou está entre os primeiros em assassinatos de mulheres, negros, crianças e adolescentes e ativistas de direitos humanos. E é o país que mais mata LGBTs no mundo.
A violência contra a polícia também se destaca no país. No Rio de Janeiro, somente este ano, 30 policiais já foram mortos.