Busca por ouro ameaça indígenas e unidades de conservação
Ao todo, 6 milhões de hectares de terras indígenas e unidades de conservação estão ameaçados, na região da Amazônia brasileira. Indígenas Yanomami estão entre os mais vulneráveis à busca por ouro
Por: Isabela Alves
Mais de 6 milhões de hectares dentro de Terras Indígenas e Unidades de Conservação na Amazônia estão ameaçados por conta da busca por ouro na região.
A informação foi divulgada no estudo ‘Áreas protegidas ou áreas ameaçadas? A incessante busca pelo ouro em Terras Indígenas e Unidades de Conservação na Amazônia’, produzido pelo Instituto Escolhas.
O documento analisou os pedidos de pesquisa (requerimentos e autorizações) para o ouro registrados na Agência Nacional de Mineração (ANM), e que indicam o interesse pela mineração nessas áreas.
Até o fim do ano passado, o Brasil possuía 6,2 milhões de hectares ameaçados pela busca por ouro em áreas protegidas da Amazônia Legal. Este tamanho é o equivalente a dois países como a Bélgica ou 40 vezes a cidade de São Paulo.
Deste total, 3,8 milhões de hectares estão em Unidades de Conservação e 2,4 milhões de hectares estão em Terras Indígenas.
No total, são 85 territórios indígenas afetados pelos pedidos de pesquisa para o ouro e 64 Unidades de Conservação.
A Terra Indígena Yanomani, que está localizada nos estados do Amazonas e de Roraima, é uma das que se encontram em maior vulnerabilidade, com 749 mil hectares sob registro.
A Terra Indígena Baú, no Pará, é a segunda em extensão de processos, 471 mil hectares estão registrados.
O levantamento apontou que o número de pedidos em Terras Indígenas vem aumentando desde 2018, sendo que no ano passado atingiu o seu recorde, com 31 registros de pesquisa.
Em 2020, os municípios da Amazônia Legal arreca15daram uma compensação financeira pela extração de ouro 60% maior do que todo o ano de 2019 e 18 vezes acima do valor registrado há dez anos.
Para mais informações sobre os garimpos, acesse: www.escolhas.org/amazoniasemgarimpo.