Campanha do TST chama atenção para o trabalho infantil
O índice mostra que cerca de 3 milhões de crianças e jovens trabalham no Brasil
Mais de 3,3 milhões de crianças e jovens, entre cinco e dezessete anos, trabalham no Brasil. Cerca de 70 mil delas têm, no máximo, nove anos de idade. Além de terem baixa remuneração, uma em cada quatro crianças deixa a escola e muitas estão submetidas às formas mais degradantes de trabalho. Em cinco anos, foram registrados mais de 12 mil acidentes com crianças trabalhando.
Do total de crianças exploradas, 49,8% estão na zona rural e 50,2% na zona urbana. Desses, 61% não recebem remuneração fixa e 90% sofrem defasagem escolar. As piores formas do trabalho infantil, segundo a ministra Kátia Arruda Magalhães, são o trabalho escravo, a exploração sexual, a destinação para atividades ilícitas (a exemplo do tráfico de drogas) e tipos de trabalho prejudiciais à saúde – no lixo, pedreiras, carvão, trabalho doméstico e nas indústrias do tabaco.
Diante desse cenário, cujos dados vêm do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Tribunal Superior do Trabalho (TST) busca a conscientização dos malefícios do trabalho infantil a partir da campanha intitulada “Trabalho Infantil – você não vê, mais existe”. Com a divulgação apoiada pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), a campanha é composta por seis produções em áudio e vídeo que serão veiculadas em cadeia de rádio e televisão, além das redes sociais.
“Não há democracia plena e desenvolvimento onde existe trabalho infantil”, destaca a ministra. Entre as causas apresentadas para a ocorrência do trabalho infantil estão a pobreza, as desigualdades sociais, a baixa escolaridade e a cultura da exploração. “Essas questões são causas, mas também são consequências do trabalho infantil. Ou seja, existe um círculo vicioso nesse processo”.
A Fundação Abrinq atua como uma organização sem fins lucrativos que tem como missão promover a defesa dos direitos e o exercício da cidadania de crianças e adolescentes.