Chamadas de vídeo ajudam idosos em abrigos a lidar com isolamento
Com a suspensão das visitas, o projeto Asas Voluntárias criou o ‘Alô, Vovôs’, iniciativa que conecta voluntários com idosos de um abrigo de São Paulo
Por: Mariana Lima
Com o avanço do novo coronavírus, as visitas à Casa São Vicente de Paulo, localizada em São Bernardo do Campo (SP), tiverem que ser suspensas. A atitude se deve ao fato da casa abrigar 62 idosos, grupo de risco da Covid-19.
O isolamento e a falta de contato com pessoas de fora já ocorriam antes da pandemia. No entanto, o isolamento se intensificou neste momento, podendo agravar a solidão e aumentar a ocorrência de casos depressivos entre os idosos.
Pensando nisso, os integrantes do projeto Asas Voluntárias desenvolveram a iniciativa ‘Alô, Vovôs’, em que os voluntários conversam por chamadas de vídeo com os moradores do abrigo.
Antes da pandemia, os idosos do abrigo costumavam realizar atividades com os voluntários, além de saírem para passeios semanalmente. Os voluntários pensaram em utilizar a tecnologia para manter o contato.
Os bate-papos ocorrem diariamente, seguindo uma escala feita pela organização do projeto. Cada voluntário realiza uma ligação de vídeo para o celular do abrigo. Um dos funcionários da instituição atende e leva para o idoso que estiver mais próximo.
Não há um limite de tempo para as conversas. A regra principal é evitar assuntos como notícias ruins ou tristes. O objetivo é distraí-los e alegrá-los.
As conversas giram em torno de assuntos que estão no cotidiano deles, como histórias de vida, lembranças, comidas, passeios e cuidados com a horta da casa.
Além da conversa em si, os voluntários também realizam apresentações musicais, contam histórias e convidam crianças em suas residência para participarem.
Quando a ligação é finalizada, os voluntários são convidados a compartilharem as impressões da experiência com o grupo. A iniciativa ‘Alô, Vovôs’ é aberta para toda a comunidade e já tem lista de espera.
Para participar das conversas é necessário apenas ter acesso a um celular e a disponibilidade de alguns minutos por dia. Assim, muitos dos voluntários são estreantes e não tiveram um contato presencial com os moradores do abrigo, que pedem uma visita presencial quando a quarentena acabar.
A casa em que a iniciativa é desenvolvida é conhecida na região como Jardim dos Velhinhos do ABC, e conta com o apoio da prefeitura e de doações para funcionar.
Até o momento, o planejamento da iniciativa vai até o final de abril, mas há possibilidade de estender de acordo com a duração da quarentena, e a ideia de ampliar a ação para outras instituições que recebem e cuidam de idosos já está sendo estudada.
Fonte: ECOA – UOL