Cientista de 19 anos é a 1ª brasileira a ter um asteroide com seu nome
Estudante de escola pública, Juliana Estradioto desenvolveu um plástico a partir da casca de macadâmia e ganhou prêmio internacional
Por: Mariana Lima
A jovem cientista gaúcha Juliana Estradioto, 19, viajou de avião pela primeira vez em 2017 para apresentar um de seus projetos científicos em São Paulo.
Ela deixou o município de Osório, no Rio Grande de Sul, para expor sua descoberta: um plástico biodegradável produzido com os restos da casca do maracujá.
Deste momento em diante, muitas viagens se seguiram para apresentar suas contribuições à ciência e para receber diversos prêmios, como o de Jovem Cientista, em 2018.
Em 2019, ela participou da premiação Intel Isef (International Science and Engineering Fair), nos Estados Unidos. Essa é uma das maiores feiras científicas do mundo, voltada para estudantes que ainda não estão no ensino superior.
No encontro, Juliana venceu na categoria de ciências materiais, com um projeto de aproveitamento de resíduos do processamento da macadâmia, que seriam jogados no lixo.
O material orgânico é transformado em uma membrana que se parece com o plástico. Essa membrana pode ser utilizada em embalagens e até curativos, substituindo qualquer tipo de material sintético.
O projeto – que já foi patenteado – não será usado apenas para vestimentas e embalagens, mas em outras áreas, como a medicina, para aplicação em pele e veias artificiais.
A pesquisa do projeto começou a ser desenvolvida durante o último ano do ensino médio e técnico em administração que cursava no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, no campus de sua cidade.
Juliana levou para casa um prêmio de US$ 3 mil e o privilegio de ser uma das vencedoras a ter seu nome em um asteroide, e a primeira brasileira a realizar esse feito.
Como vencedora da premiação, Juliana também participou da entrega do prêmio Nobel, na Suécia, onde apresentou seu projeto para os convidados.
De volta ao Brasil e já formada, Juliana deu início aos estudos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no curso de Engenharia de Materiais.
Além de se dedicar aos seus estudos e descobertas, Juliana se mantém ativa na divulgação da produção científica brasileira. Ela atua na rede Meninas Cientistas, dedicada a dar visibilidade para meninas que realizam pesquisas.
Fontes: El País e Folha de S. Paulo