Cobaias humanas: 400 negros sofreram até a morte para estudo de sífilis
As pessoas contaminadas pela sífilis que participaram do estudo não foram informadas sobre seu diagnóstico e jamais deram seu consentimento para participar da experiência
O Estudo da Sífilis Não Tratada de Tuskegee foi um estudo médico realizado pelo Serviço Público de Saúde dos Estados Unidos (SPS) em Tuskegee, Alabama, entre 1932 e 1972. Pela sua crueldade, é exemplo de má conduta científica.
Foram usados 600 homens negros como cobaias: 399 para observar a progressão natural da sífilis sem o uso de medicamentos e outros 201 indivíduos saudáveis, que serviram como base de comparação em relação aos infectados.
Aqueles que estavam doentes e participaram do estudo não foram informados sobre seu diagnóstico e jamais deram seu consentimento para participar da experiência. Eles receberam a informação de que eram portadores de “sangue ruim”, e que se participassem do programa receberiam tratamento médico gratuito, transporte para a clínica, refeições gratuitas e a cobertura das despesas de funeral.
Ao final do experimento Tuskegee, apenas 74 pacientes ainda estavam vivos; outros 25 tinham morrido diretamente de sífilis; 100 morreram de complicações relacionadas com a doença. Adicionalmente, 40 das esposas das cobaias humanas haviam sido infectadas pela doença, e 19 de suas crianças haviam nascido com sífilis congênita.
Ao longo dos anos, o governo norte-americano publicava resultados mostrando que os homens com sífilis morriam muito mais rápido que os não infectados. No entanto, mesmo neste momento nem as viúvas nem seus filhos eram informados da razão da morte.
A denúncia do caso à imprensa por um membro da equipe ditou o fim do estudo. Com a repercussão deste caso, vários institutos de ética médica e humana foram criados.
A experiência científica deu origem a um processo de US$ 9 milhões e a um pedido oficial de desculpas do governo norte-americano em 1997, durante a gestão de Bill Clinton. Em 2017 apenas 8 pessoas ainda estavam vivas.
Fontes: SuperInteressante e Wikipédia
Cecilia
21/07/2021 @ 16:50
Uma história horripilante, quantos outros “estudos” existiram? Quantas pessoas ainda sofrem com esse tipo de tortura?