Coletivo feminino usa o bordado para panfletar pelos direitos humanos
Coletivo utiliza agulha e linha para divulgar mensagens sobre temas urgentes relacionados aos direitos humanos e à justiça social
Por: Mariana Lima
O coletivo Linhas de Sampa vem utilizando o bordado para conectar pessoas e transmitir mensagens sobre temas de caráter urgente, ligados aos direitos humanos e à justiça social.
Atuando em São Paulo, o coletivo é um desdobramento do grupo Linhas do Horizonte, fundado em 2016 na capital mineira com o intuito de discutir temas políticos através do bordado.
Os projetos são suprapartidários e reúnem mulheres de diversas áreas e formações. Em ambos há psicólogas, sociólogas, jornalistas, professoras, médicas e artistas.
A fundadora do coletivo em São Paulo, a socióloga Lenira Machado, 80, foi companheira de cela de Dilma Rousseff na época da Ditadura Militar. Lenira foi convidada pelas companheiras mineiras para participar do bordado de uma manta para a ex-presidente.
Em 2018, após o anúncio da morte da vereadora Marielle Franco, do Rio de Janeiro, Lenira estava no Fórum Social Mundial em Salvador junto com mulheres de diversos estados. Assim que os armarinhos abriram, elas e as companheiras compraram 200 metros de fita para colocar nos braços de mil pessoas em sinal de luta.
Frequentemente, o grupo recebe convites para aderir a diversas causas, como na luta antimanicomial, apoio às causas indígenas, e sobre a violência contra a mulher. Em algumas manifestações, o grupo é encontrado bordando em mesas.
O coletivo se manifesta de forma rápida em relação aos temas quentes devido a uma coordenação colegiada. Seus bordados são fotografados e as imagens são postadas no perfil do grupo no Instagram.
As integrantes se dividem entre receber doações de material, cortar os panfletos, escrever as frases, elaborar os desenhos e composições, e riscar os panfletos (quando se passa o desenho para o tecido).
Fonte: ECOA – UOL