Com atividade de pintura, pacientes de câncer que recebem apoio psicológico da Fundação Sinhá Junqueira dialogam e recuperam autoestima
Depois do Outubro Rosa e agora no Novembro Azul, que alerta sobre a prevenção ao câncer de próstata, a Fundação sinhá Junqueira ressalta mais uma vez a importância do apoio psicológico para homens e mulheres no enfrentamento da doença com o Projeto Pacientes Oncológicos. O Centro de Promoção Guará – Unidade III, da Fundação, realizou uma dinâmica especial com pacientes e cuidadores do Projeto. Denominada “colcha de emoções”, a atividade estimula o diálogo e a expressão, através da arte, com o intuito de fazê-los refletir sobre experiências pelas quais passaram nos encontros ao longo do ano, além de lembrá-los de suas qualidades, que muitas vezes ficam esquecidas, devido ao estresse psicológico e à baixa autoestima que a doença pode causar.
Foi proposto aos integrantes do grupo que confeccionassem uma colcha, a qual representava o fortalecimento de vínculos entre eles, as emoções, as descobertas dos novos sentimentos e valores, frente a troca de experiências que foram vivenciadas nos encontros realizados quinzenalmente na unidade. Assim, a dinâmica permitiu que pacientes e cuidadores pudessem expressar-se por meio da pintura.
“O objetivo foi mostrar aos pacientes as qualidades que eles possuem e que muitas vezes, por causa da enfermidade, acabam não percebendo que têm”, explica a psicóloga responsável pelo projeto, Viviane Damando “O paciente não é só doença. Isso é só um momento que ele está passando e não pode ficar preso a ela. O encontro serve para que eles vejam que têm muitas coisas boas para serem trabalhadas e que um pode ajudar o outro a se fortalecer”, pontua.
Viviane conta que o resultado não poderia ser melhor. Ao final de cada atividade o grupo se reúne para que cada um fale sobre o que sentiu durante o encontro. Nessa roda de conversa da ‘colcha de emoções’, diz a psicóloga, uma paciente se pronunciou maravilhada. “Ela disse que nunca tinha pintado, nem feito qualquer trabalho manual, e que conseguimos fazer com que ela realizasse a atividade que ficou muito bonita, na opinião dela, e a agradou de forma bastante profunda”, revela, orgulhosa.
Entre os homens, a colcha de emoções também causou reações positivas. Raimundo Pedro da Silva, 80, paciente de câncer de próstata, participou e gostou. “Tudo que traz novidade pra vida da gente é bom, ajuda muito. Eu convivo muito bem com todos do grupo, gosto bastante.”
Para Sebastião dos Santos, 64 anos, que teve câncer de medula óssea, a experiência da colcha de emoções foi importante. “Participei com pintura e gostei muito. Pra mim estar no grupo ajuda bastante, a gente conversa, assiste palestras, se diverte, em vez de ficar em casa isolado.”
Adair da Silva, 78, que frequenta o projeto há mais de um ano, também aprovou a atividade. “É uma distração e ajuda a gente a melhorar o humor. Todos na Fundação Sinhá Junqueira tratam muito bem a gente.”
A dinâmica, afirma Viviane, tem a possibilidade de incentivá-los. “São pequenas coisas que eles nunca pararam para pensar. Foi muito válido. Emocionante”. O projeto Paciente Oncológico atende cerca de 40 pessoas, entre pacientes e cuidadores e é aberto para que familiares (filhos, esposas, maridos) possam acompanhar o seu ente que passa pela doença. Todos participam das atividades, destaca Viviane. “Estimulamos essa interação porque a pessoa que está do lado também sofre. Ao realizar a dinâmica eles também ficam fortalecidos para cuidar dos pacientes”.
A “colcha de emoções” confeccionada pelo grupo, de acordo com Viviane, será exposta na festa de final de ano da Fundação.
Para saber mais sobre a Fundação Sinhá Junqueira acesse http://www.sinhajunqueira.org.br/