Criança de 7 anos para de comer e emagrece 8 kg por bullying na escola
As perseguições e xingamentos foram tão intensos por causa de seu peso que a menina parou de comer e emagreceu 8 kg em apenas 6 meses
Uma menina de apenas 7 anos, australiana, parou de comer e emagreceu 8 kg em 6 meses por causa do bullying que sofria na escola.
A mãe, que não quis se identificar, fez um relato comovente ao site Kidspot, contando sobre o bullying que sua filha sofreu nos primeiros anos de escola. As perseguições e xingamentos foram tão intensos por causa de seu peso que a menina parou de comer.
“Aos quatro anos, minha filha não poderia estar mais animada para começar a escola. Na creche, ela era uma menina tão feliz, uma verdadeira borboleta social e não conseguia parar de sorrir no primeiro dia na escola grande. Mas, apenas duas semanas após o primeiro semestre, ela sofreu um terrível incidente de bullying. Estávamos a caminho da sala de aula, quando ela precisou ir ao banheiro. Quando ela estava lá dentro, eu vi duas garotas a encurralando no canto. Um professor estava lá e não fez nada, então, eu rapidamente me aproximei e elas começaram a agredir verbalmente minha filha. Elas disseram: ‘Você não pode entrar aqui. Você tem uma barriga grande porque você come muito. Você está gorda’. Eu não pude acreditar”, relatou a mãe.
Após o incidente traumatizante, a menina contou à mãe que aquela não era a primeira vez que ela tinha sido provocada por causa de seu peso. A criança pesava apenas 19,8 kg na época e tinha passado por um check-up completo pouco antes do início do ano letivo.
“Ela disse que tudo começou desde o primeiro dia”, afirma a mãe, de 28 anos. Os pais da menina, então, relataram os fatos à escola, mas, como nada aconteceu, eles encaminharam o caso ao Departamento de Educação de Queensland. “Não deu em nada”, lamenta a mãe.
Naquela época, ela notou que o comportamento da filha havia mudado drasticamente. “Comecei a notar que ela não comia muito do almoço e, em casa, passou a comer menos na hora das refeições. E começou a não comer nada no jantar. Minha filha parou de comer e estava escondendo comida. Ela chegava em casa e dizia que precisava se trocar, mas descobri que ela estava escondendo comida nos bolsos e no armário da lavanderia para não ter problemas por não comer”.
A menina, que acabou de completar 7 anos, tem lutado contra um distúrbio alimentar nos últimos dois anos. Em menos de seis meses, ela perdeu 8 kg, passando de pouco menos de 20 kg para 12 kg.
“Ela está constantemente dizendo que é gorda e precisa de roupas maiores. A aparência do corpo dela me dá vontade de vomitar. Posso ver os ossos dela. Quando ela se deita, eu posso ver suas costelas. Você pode realmente ver as veias azuis em sua cabeça”, lamenta.
A menina agora pesa 16 kg, graças às bebidas ricas em proteínas com que sua mãe tenta desesperadamente alimentá-la todos os dias.
“Ela está com medo de comer qualquer coisa e fazer sua barriga crescer. Às vezes, ela não toma nem água. Ela perdeu 40 dias de aula devido ao estresse e à ansiedade. Ela acorda no meio da noite reclamando de dor de barriga porque está com muita fome, mas quando eu lhe ofereço algo, ela diz ‘não’”, diz a mãe.
Infelizmente, apesar de todo o sofrimento, o bullying não teve fim. No ano passado, a mãe conta que teve que raspar as pernas da filha depois de ser intimidada por ter pelos escuros, “eles a chamavam de gorila e pé-grande”. Até que, um dia, veio o pior pesadelo: “Minha garota foi abusada sexualmente na escola. [Um estudante do sexo masculino] apalpou-a pelas nádegas e colocou os dedos dentro da saia dela”, diz . Por causa disso, o aluno infrator foi suspenso apenas por dois dias. “Todas as pessoas que a intimidaram e atacaram ainda estão lá. O diretor não fala comigo”, relata a mãe.
“Minha garotinha quer tirar a própria vida. Ela disse algumas vezes que ‘quer se matar’. Ela quer acabar com sua vida e estou apavorada que ela o faça. A escola e o departamento de educação não vão me ajudar”, lamenta.
A mãe conta que passou os últimos dois anos implorando à escola pública de Queensland para liberar seus dois filhos para que eles possam mudar para outra escola.
O Kidspot contatou o Departamento de Educação de Queensland e um porta-voz disse que o assunto havia sido “investigado minuciosamente” e as “alegações contínuas foram consideradas infundadas”. “Nenhum detalhe adicional sobre esses assuntos pode ser fornecido por razões de privacidade do aluno”, continuou o porta-voz. “A escola e o escritório regional continuam comprometidos em trabalhar com a família e apoiar os alunos no futuro”, encerra o porta-voz.
Fonte: Crescer