Depois de Mariana, Vale investiu apenas 1,5% do seu lucro em segurança
O desastre de Mariana ocorreu em 5 de novembro de 2015 e foi a maior tragédia ambiental da história do Brasil antes de Brumadinho. A tragédia causou a contaminação do rio Doce, do solo e um saldo de 19 mortos.
A Samarco, administrada pela Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, era responsável pela barragem do Fundão, cujo rompimento causou o desastre de Mariana.
As consequências ambientais do desastre foram tão severas que os pesquisadores ainda buscam respostas para entender os efeitos da ação e como a natureza poderá se restabelecer.
A empresa foi multada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em 250 milhões de reais. Contudo, em 2017, só havia pagado cerca de 1% desse valor.
Enquanto isso, o lucro da empresa continuou, mas o investimento em segurança mesmo depois da tragédia diminuiu. A Vale reduziu seus investimentos em segurança entre 2015 e 2016, após a tragédia, em 44%.
Um levantamento feito pelo site UOL com base no relatório da empresa para seus acionistas mostra que, no ano seguinte ao desastre de Mariana, a Vale reduziu seus investimentos em saúde e segurança para 198 milhões de dólares. Isso mesmo obtendo um lucro naquele ano de 13,3 bilhões de dólares.
A companhia investiu logo após a maior tragédia ambiental do Brasil apenas 1,48% do seu lucro. A Vale ainda não divulgou qual foi o total do valor investido em segurança no ano de 2018. Mas o lucro foi bem satisfatório: somente no terceiro trimestre de 2018, a empresa lucrou 5.753 bilhões de reais.