Deputados estaduais se agridem e adiam reforma da Previdência de SP
Votação anterior também teve agressões e ofensa aos servidores de São Paulo
A proposta de mudança na Previdência do estado de São Paulo prevê, entre outros pontos, aumento no recolhimento dos servidores, com desconto na folha de pagamento passando de 11% para 14%. Também estabelece idade mínima para as aposentadorias comuns: 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens. Professores, policiais civis, agentes de vigilância e de escolta penitenciários, e servidores com deficiência ou condições especiais terão regras de transição diferenciadas.
Os servidores fizeram diversas manifestações contrárias ao projeto, mas a matéria é de prioridade máxima para o governo.
Na terça-feria (18/02), os deputados aprovaram em 1º turno o Projeto de Emenda Constitucional (PEC). Por ser uma mudança na Constituição Estadual, são necessárias duas votações para aprovar o texto. O governo precisa de 57 votos para aprovar a reforma. Depois disso, os deputados podem votar o projeto de lei complementar, que muda diversas regras.
A segunda votação da Reforma da Previdência na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que foi na madrugada da última quarta-feira (19/02), foi adiada para o dia 3 de março, após briga e agressão entre os deputados.
Em vídeos divulgados, o deputado estadual Teonilio Barba (PT) parte em direção a Arthur do Val (Patriotas), o “Mamãe Falei”. Em um segundo vídeo, a deputada Márcia Lia (PT) tenta tirar o celular do deputado Douglas Garcia (PSL), enquanto ele grava a agressão; o parlamentar a chama de “louca”, “doida” e “corrupta”.
E esta não foi a primeira vez em que a discussão em torno dessa reforma acabou em confusão generalizada. Durante a votação do texto-base da PEC, o deputado Arthur do Val, o “Mamãe Falei”, foi protagonista de um bate-boca e voltou a ofender servidores.
Do Val ainda chamou a atenção do deputado Teonílio Barba (PT), que subiu na tribuna na ocasião da briga, no início da votação da PEC, no ano passado. “Oi, Barba. Tudo bom? Hoje você tá nervosão ou tá calmo? Hoje você não vai me tirar na porrada, não? Obrigado.”
Ao falar do episódio, em que chamou os servidores de “vagabundos”, Arthur reiterou as ofensas. “São vagabundos mesmo aqueles que vêm aqui, chamam Janaína Paschoal (PSL) de fascista, chamam quem votar em projeto a favor de assassino, quem ameaça de morte, são vagabundos, sim.”
O presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB), advertiu Do Val pelas palavras usadas e acusações feitas.