Desigualdade zero: O país que pedreiro ganha R$24 mil por mês
O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Muitos especialistas atribuem a falta de políticas públicas para a educação. O número de analfabetos é de 11,8 milhões em todo o país. A qualidade do ensino também deixa muito a desejar. Pesquisas revelaram que 38% dos estudantes chegam ao nível superior no Brasil sem saber ler e escrever plenamente. Somente 14% dos brasileiros tem nível superior.
Na contramão do Brasil vem os países desenvolvidos como a Suíça, onde o foco principal é a educação. Na Suíça o sistema de formação de aprendizagem é amplamente estimulado, e cerca de dois terços dos estudantes optam por esse caminho, que se segue aos 11 anos de ensino compulsório, começando no jardim de infância, passando pela escola fundamental até a intermediária.
Mais de 250 profissões estão disponíveis por meio desse sistema de aprendizado, que propicia contato desde cedo com o mercado de trabalho. O tempo de formação depende da carreira escolhida, mas o mínimo é de dois anos, podendo chegar a quatro.
Pelo sistema de formação de aprendizagem são ensinadas ocupações como padeiro, açougueiro, cozinheiro, vendedor, operador de máquina, enfermeira, pintor, cabeleireiro, bombeiro e outros postos práticos.
A formação profissionalizante serve não só como porta de entrada para o mercado de trabalho, como também é base para uma educação contínua que pode se estender pela vida toda.
As aulas são intercaladas com treinamento praticado em construtoras, supermercados, restaurantes, lojas, hospitais, laboratórios e fábricas. As empresas que no futuro contratarão esses profissionais dividem com os governos local e nacional a responsabilidade pela implementação do currículo que foca em habilidades práticas.
Os empregos de base que estão acessíveis por meio de aprendizagem despertam grande interesse porque garantem uma boa renda. Na média, esses profissionais recebem por mês algo entre R$ 21.500 e R$ 25.850 (de 5 mil a 6 mil francos suíços).
Um pedreiro, por exemplo, ganha por mês na Suíça, em média, 5,5 mil francos (R$ 24 mil), um marceneiro, 5,1 mil francos (R$ 22,2 mil) e um mecânico, 5,8 mil (R$ 24,9 mil). Nessas mesmas profissões, a média salarial no Brasil é de R$ 1.640 para pedreiros, R$ 1.550 para marceneiros e R$ 1.530 para mecânicos de automóveis.
pedreiro realengo rj
04/11/2018 @ 12:16
Legal!
Victor Hugo PC
15/02/2021 @ 02:29
Vc sabe que esse método educacional suíço, que privilegia a educação para o trabalho, com inserção de elementos do ambiente prático do aluno nas aulas, tem tudo a ver com o Paulo Freire? Aliás, para refugiados e imigrantes, que são adultos ‘não alfabetizados’ num dos 4 idiomas oficiais da suíça. Eim, lá se fala alemão, italiano, francês ou romanche/grisão (derivada do romano vulgar falado no canto dos grisões) e os imigrantes precisam, digamos, ‘reaprender’ a ler e escrever e a falar em alguma, ou mais de uma dessas línguas? Ah se o Brasil usasse o Paulo Freire ao invés de apenas ‘homenagear’ (ao mesmo tempo que não aplica é nadica de nada)…