Desmatamento: Amazônia pode desaparecer e virar savana em 50 anos
Estudo feito por cientistas de universidades britânicas aborda a velocidade com a qual diferentes ecossistemas desaparecem após atingirem um “ponto de não retorno”
Apenas nos meses de janeiro e fevereiro de 2020, 270 focos de queimadas foram registrados no estado do Amazonas, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número de focos nos dois primeiros meses de 2020 é maior do que o número observado no mesmo período nos três anos anteriores.
Em janeiro de 2020, 197 casos de focos de incêndio foram registrados. Já em fevereiro, foram 73 focos contabilizado pelo Inpe.
Entidades, biólogos e cientistas do mundo inteiro estão preocupados com a alta do desmatamento em toda a Amazônia.
Uma pesquisa publicada em março deste ano aponta que a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, corre o risco de desaparecer nas próximas décadas.
O nome do estudo é ‘Regime shifts occur disproportionately faster in larger ecosystems’ (‘Mudanças de regime ocorrem desproporcionalmente mais rápido em ecossistemas maiores’, em tradução livre).
O artigo foi elaborado por cientistas de universidades britânicas e alerta que a floresta está chegando perto de seu limite. De acordo com eles, a região amazônica pode se transformar em uma imensa savana em um período de 50 anos.
A pesquisa, publicada pela revista Nature Communications, aborda a velocidade com a qual diferentes ecossistemas desaparecem após atingirem um “ponto de não retorno”. Ao chegar a esse pico, ocorreria um colapso do ecossistema e uma rápida substituição por um ecossistema alternativo.
Os cientistas sugerem que a Amazônia e a Austrália estão atualmente à beira desse precipício, devido aos incêndios que atingiram recentemente as duas regiões. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram 42 casos prévios do que eles classificam como “mudanças de regime”.
“Infelizmente, o que nosso estudo revela é que a humanidade precisa se preparar para mudanças que acontecerão muito antes do esperado”, diz Simon Willcock, da Escola de Ciências Naturais da Universidade de Bangor, no País de Gales. Segundo ele, essas transformações terão consequências que envolvem desde alimentos e matérias-primas até o oxigênio e a água que consumimos.
Fontes: Nature Communications, History e G1