Dias de fúria
A menos de um mês para o início da Copa em ano eleitoral, sindicatos e movimentos sociais iniciaram a temporada de pressões sobre os governos estaduais e federal. Na terça-feira 13, os motoristas e cobradores de ônibus do Rio de Janeiro iniciaram uma greve de 48 horas. A situação deixou cerca de 2 milhões de cariocas sem transporte público.
Na mesma data, a Polícia Militar começou uma paralisação em Pernambuco. Embora classificada como ilegal pela Justiça, a greve não havia sido concluída até o fechamento desta edição. Entre a noite de quarta-feira 14 e a madrugada da quinta 15, foram registrados sete assassinatos em sete horas no Recife. O Exército e a Força Nacional foram chamados para executar a segurança das ruas.
Professores entraram em greve no Rio e em São Paulo. Na capital paulista, os ferroviários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos haviam sinalizado uma greve, mas a empresa aumentou a proposta de reajuste e evitou os piquetes.
Os movimentos sociais realizaram na quinta 15 uma série de atos contra a organização da Copa. Na parte da manhã, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto promoveu cinco protestos simultâneos na capital paulista. No início da noite, a manifestação “Se não tiver moradias, não vai ter Copa”, organizada pela Articulação Nacional dos Comitês Populares e pelo coletivo Junto!, formado principalmente pela juventude do PSOL, reuniu 1,2 mil manifestantes na Avenida Paulista, segundo a PM. Atos semelhantes ocorreram em outras capitais, como Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Fonte: Redação Carta Capital