Em Cuiabá, crianças venezuelanas pedem esmolas para sobreviver
Crianças venezuelanas, principalmente indígenas da etnia Warao, representam a maioria dos imigrantes em situação de mendicância na cidade mato-grossense
Por: Mariana Lima
É cada vez mais comum observar famílias com crianças de colo e cartazes pedindo esmolas nas ruas do município de Cuiabá, no Mato Grosso.
Esses grupos ficam concentrados em semáforos próximos a shoppings, e são formados principalmente por venezuelanos.
O estado de Mato Grosso tem recebido muitos venezuelanos desde 2018. Só em 2019, foram mais de mil.
Entre os venezuelanos que chegam ao estado, cada vez mais estão indígenas da etnia Warao, do nordeste da Venezuela. O motivo da mudança de país é a fuga do caos econômico e político.
O Ministério Público Estadual já tem consciência da presença destas crianças nas ruas, e informou que tem orientado os conselheiros tutelares para abordarem as famílias, pedindo para que não levem os filhos para a rua.
A população indígena representa o maior número de imigrantes que recorrem à mendicância em Cuiabá.
Crianças de diversas idades passam o dia entre as ruas e as redes armadas em acampamentos improvisados por essas populações. Os adultos da tribo informaram que a dificuldade de comunicação e a falta de documentos, aliadas ao preconceito, dificultam a busca por emprego.
Em Cuiabá, existe apenas um abrigo que acolhe venezuelanos, no entanto, já se encontra em estado de lotação. Durante as festas de fim de ano, o abrigo registrou uma fila de espera extensa que fez com que alguns tivessem que dormir na rua devido à falta de vagas.
Fonte: Folha de S. Paulo