Empresas de serviços e reparos feitos por mulheres oferecem cursos
Cansadas de verem mulheres sendo enganadas na hora de contratar serviços de manutenção, empreendedoras decidiram criar negócios para atender esse público
Por: Mariana Lima
Agiliza Lab, Mana Manutenção e Se vira, mulher! são negócios administrados por mulheres que realizam serviços de manutenção em residências e aparelhos eletrônicos.
Voltados exclusivamente para atender o público feminino, esses negócios visam promover o empoderamento e combater a desigualdade de gênero.
Para viabilizar esses objetivos, os três empreendimentos oferecem cursos que ensinam as mulheres a realizarem os reparos em suas residências e a manutenção de seus aparelhos.
O Agiliza Lab oferece o curso Deixa Que Eu Faço, que aborda conceitos básicos de hidráulica e elétrica, ensina a montar um kit simples de ferramentas e apresenta os tipos de furadeira e como usá-las. O curso tem duração de 9h, e custa R$ 300.
A Mana Manutenção disponibiliza o Curso das Manas, em que ensina como fazer pequenos reparos domésticos e como acompanhar serviços residenciais realizados por terceiros em 8 horas de aula, por R$ 230.
Já o Se vira, mulher! oferece dois cursos, cada com duração de 4h e que variam entre R$ 130 e R$ 150. Um é de marcenaria e o outro, de elétrica básica.
O surgimento destas empresas vem em resposta a uma demanda feminina. Muitas procuram serviços voltados para mulheres devido à falta de transparência de outros profissionais, que cobram mais caro pelo mesmo serviço quando a cliente é mulher ou o fazem com uma qualidade menor, por julgarem que elas não entendem do assunto.
A criadora do Manas à Obra, Priscila Vaiciunas, notou que a maior demanda por seus serviços vinha de mulheres. Hoje, ela treina uma equipe feminina com o objetivo de expandir a empresa.
Já Isis Pioneli, fundadora do Ela Repara e técnica em mecânica, começou a atender seus clientes com ferramentas emprestadas, pois tinha um baixo investimento.
Ambas perceberam o crescimento do setor de manutenção residencial, que, de acordo com uma pesquisa do Sebrae, deve crescer mais ao longo de 2020.
O sucesso, segundo especialistas, deve-se à forma mais transparente de agir destas profissionais ao explicar sobre a necessidade de cada reparo, além de elas serem menos invasivas nos atendimentos.
Fonte: Folha de S. Paulo