Escola Aberta do Terceiro Setor abre processo de inscrições para novas turmas
O Marco Regulatório tornou ainda mais urgente a necessidade de qualificação do Terceiro Setor. A Escola Aberta, pioneira na capacitação a distância dos profissionais e parceira do Observatório do Terceiro Setor, abre seu processo de inscrição para as turmas de fevereiro de 2015. As inscrições vão de 17 de novembro a 15 de dezembro. São mais de mil vagas para cursos como Gestão Contábil para o Terceiro Setor, Captação de Recursos e Elaboração de Projetos e Parceria do Estado com o Terceiro Setor – aspectos jurídicos com ênfase na nova Lei 13.019/2014, que fala das parcerias voluntárias. Confira todos os cursos oferecidos no site: www.escolaaberta3setor.org.br .
Uma das primeiras necessidades de mudança das instituições do Terceiro Setor em relação ao tema qualificação, de acordo com o superintendente da Escola Aberta, Vasco Maroni Filho, diz respeito à resolução do conflito idealismo versus resultados.
A razão da existência de uma instituição do Terceiro Setor, afirma, é dar conta de uma injustiça social. Os criadores e líderes do movimento são pessoas idealistas, assim como as pessoas que se engajam. “Durante muito tempo este idealismo pôde garantir a existência de uma instituição, pois a causa conquistava doações financeiras e também mobilizava voluntários. Mas a realidade hoje não é mais a mesma”, ressalta Maroni.
Atualmente, segundo ele, no lugar das pessoas que faziam doações a fundo perdido estão entrando os investidores, que dão preferência a ações sociais que tragam resultados e gerem impacto social, com menor custo. Neste contexto, pontua, surge outro conflito, que é o “assistencialismo versus transformação”. “A prática assistencialista, apesar de reconhecer a injustiça social, mantém o sistema de desigualdade, pois atende a uma necessidade imediata, sem produzir um resultado de impacto na vida dos beneficiados”, afirma.
Ele acrescenta ainda que embora existam demandas urgentes como a fome, por exemplo, as instituições estão percebendo a necessidade de adicionar a estas ações assistencialistas iniciativas transformadoras, que tornam os beneficiados agentes ativos na resolução de seus problemas. “Neste sentido, as organizações estão tendo que desenvolver projetos que despertem o potencial dos indivíduos e promovam a educação, a inclusão social e o exercício da cidadania com consciência, responsabilidade e produtividade. Esta nova proposta exige maior profissionalismo e qualificação de todos envolvidos.”
O Terceiro Setor no Brasil
Hoje, segundo Maroni, a sociedade está se mobilizando cada vez mais para cobrar ações do governo e tomar suas próprias iniciativas. “Este protagonismo dos cidadãos determina uma nova experiência de democracia no quotidiano, um novo padrão de atuação aos governos e novas formas de parceria entre Sociedade Civil, Estado e Mercado”, destaca, acrescentando que esta configura uma nova realidade, na qual os cidadãos e suas organizações são atores do processo de consolidação da democracia e do desenvolvimento social.
É neste contexto, diz Maroni, que surge uma esfera pública não-estatal de iniciativas privadas com sentido público, o Terceiro Setor, cuja movimentação tem escala planetária. “Claro que em países mais desenvolvidos este fenômeno é mais intenso e organizado”, ressalta.
Segundo ele, as maiores organizações de interesse social estão nos EUA, no Canadá, na Inglaterra e na Suécia, entre outros países da Europa. Muitas são conhecidas por aqui, como Greenpeace e Ashoka. Outros tantos projetos são financiados por grandes organizações do Japão, Dinamarca e Alemanha. “Nos EUA o Terceiro Setor está ligado ao conceito de filantropia, no Brasil o conceito foi introduzido, mas ainda derrapa para os lados do assistencialismo e da caridade de motivação religiosa”, observa.
Na Argentina, continua Maroni, as organizações do Terceiro Setor não são consideradas uma via econômica, pois só se consideram organizações associadas ao trabalho voluntário apenas. “Quando falamos em países da América Latina ainda o assistencialismo de motivação religiosa predomina, mas na Argentina, no México e no Chile, importantes entidades já despontam”, conclui.
Quem quiser se preparar para os desafios da gestão de uma entidade de interesse social pode se inscrever para os cursos da Escola Aberta, que são inteiramente gratuitos e a distância, organizados de modo a oferecer conhecimento para que os profissionais possam trabalhar ou administrar suas organizações com senso de oportunidade empreendedora, profissionalismo e ética.
Informações e inscrições pelo site www.escolaaberta3setor.org.br