Escolas apostam no ‘delivery de aulas’ para alcançar alunos sem conexão
Instituições do Ceará e do Espirito Santo criaram uma forma de chegar aos alunos, diminuindo os impactos da suspensão das aulas presenciais
Por: Mariana Lima
A suspensão das aulas presenciais criou novos obstáculos para estudantes que já enfrentavam desafios para ter acesso à educação. Sabendo desta realidade, duas escolas em diferentes regiões do país instituíram o ‘delivery de aulas’ para alcançar alunos sem acesso constante à internet ou a aparelhos como notebook e celular.
Essa modalidade começou na Escola de Tempo Integral Antônio Raimundo Mello, localizada no Ceará, que através do apoio das comunidades em que os alunos residem consegue entregar as atividades e materiais didáticos.
A escola seguiu esse caminho ao perceber que precisava atuar para não criar uma desigualdade entre os alunos com e sem recursos para acessar a internet.
Mototaxistas, professores e diretores de turma auxiliam na entrega dos materiais, seguindo os protocolos de higiene com uso de máscara, álcool em gel e distanciamento. A escola também mantém contato com os pais que residem em localidades distantes para que busquem as atividades – novas ou corrigidas – caso estejam no centro da cidade.
Atualmente, a escola atende 40 alunos que não têm acesso à internet ou possuem uma rede de conexão de baixa qualidade. Os materiais entregues a estes estudantes é organizado em pastas por áreas de conhecimento com as devidas instruções com as páginas do livro a serem trabalhadas.
Escolas do município de Baixo Guandu, localizado a 186 quilômetros de Vitória no Espírito Santo, adotaram a mesma ideia com alunos recebendo os materiais em casa desde abril. Toda a rede de escolas do campo estão envolvidas na proposta e contam com a participação de professores e profissionais de outras áreas.
A proposta foi colocada em prática justamente para impedir que os alunos excluídos digitalmente acabassem sem aulas. Além das entregas físicas, a escola também vem utilizando o WhatsApp, após avaliar que 95% dos alunos ou seus familiares têm acesso à ferramenta.
Muitas famílias da região não possuem aparelhos de tecnologia, como um simples telefone para a comunicação, e necessitam que as professoras levem os conteúdos até a porta de casa.
Fonte: ECOA -UOL