Estudo mostra o conhecimento do Terceiro Setor sobre proteção de dados
A pesquisa mapeou o conhecimento das organizações do Terceiro Setor sobre a Lei Geral de Proteção de Dados, identificando possíveis pontos de vulnerabilidade e oportunidades de melhoria na área
Por: Júlia Pereira
Prevista para entrar em vigor em agosto de 2020, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) brasileira regulamentará as atividades relacionadas aos dados pessoais na Internet, prevendo garantias para a privacidade e maior controle das informações, além de exigir adequações por parte das instituições.
Pensando nisso, o gestor de projetos sociais e cientista de dados Jérémie Dron desenvolveu uma pesquisa com o objetivo de criar um mapeamento sobre o conhecimento das organizações do Terceiro Setor acerca da LGPD, identificando possíveis pontos de vulnerabilidade e oportunidades de melhoria na área. O estudo teve apoio da Atados e da Social Good Brasil.
Foram mais de 100 contribuições de pessoas e organizações que participaram da pesquisa, que foi realizada por meio de um formulário online disponível no período de novembro de 2019 a fevereiro de 2020.
Segundo o estudo, apenas 7% das organizações respondentes não sabem o que são os dados pessoais. Já 44,2% responderam que sempre costumam pedir o consentimento formal dos titulares dos dados para poder utilizá-los, como arquivos digitais em computador ou na nuvem, fotos, arquivos impressos, vídeos e áudios.
Outra questão diz respeito ao compartilhamento dos dados coletados. 39% das organizações respondentes afirmaram que compartilham tais informações com terceiros.
Sobre a LGPD, apenas 1% das organizações responderam que conhecem a Lei e já estão adequadas a ela, enquanto 69% já ouviram falar, mas ainda não se aprofundaram sobre o assunto.
Quando questionadas sobre os maiores desafios para se adequarem à LGPD, 79% apontaram para a estruturação de processos internos para proteção de dados, 63% para o apoio tecnológico, 62% para a capacitação da equipe, 56% para a organização dos dados, 48% para os recursos financeiros e 43%, para o apoio jurídico. As organizações podiam escolher várias opções.
Por fim, o estudo indica por onde começar a adequação à LGPD. A primeira etapa é a realização do mapeamento dos dados pessoais tratados, destacando fonte, natureza, tipo, características, quem utiliza, como é coletado, quem é a pessoa responsável, por quanto tempo os dados são mantidos, entre outras informações.
Além disso, vale lembrar que esta Lei pode ser uma oportunidade para os gestores pensarem na maneira como a instituição onde atuam enxerga os dados, considerando todo o universo das informações utilizadas e aplicando os fundamentos éticos e de privacidade a todos elas.
A pesquisa pode ser acessada clicando aqui.