Estudo revela a percepção dos brasileiros em relação a inclusão
Estudo foi encomendado pelo Instituto Alana ao Datafolha e apontou que 76% dos entrevistados consideram que ‘as crianças com e sem deficiência aprendem melhor juntas’
Por: Mariana Lima
A organização que atua em prol da defesa da criança e de seus direitos, o Instituto Alana, encomendou o estudo “O que a população brasileira pensa sobre educação inclusiva” ao Datafolha, para mapear o entediamento da população em relação a educação inclusiva.
A proposta da pesquisa era trabalhar com frases ligadas ao tema e oferecer a opção de discorda ou não delas. 71% dos entrevistados concordaram com a frase “professores têm interesse em ensinar para crianças com deficiência”.
Foram feitas 10 perguntas que puderam ser respondidas com cartões de múltipla escolha. A pesquisa foi feita entre os dias 10 e 15 de julho de 2019 em 130 cidades brasileiras espalhas pelas 5 regiões do país.
No total foram 2.074 entrevistados – grupo misto – acima de 16 anos. A pesquisa apontou para duas variáveis: uma em que as pessoas tem noção dos benefícios da inclusão para as crianças; e outra em que são as famílias com crianças com deficiências as mais bem informadas sobre o assunto, restringindo as informações a um nicho específico.
O estudo revelou que 86% dos entrevistados concordam que as escolas se tornam melhores ao incluir crianças com deficiência – o equivalente a 9 em cada 10 brasileiros; e 76% concordaram que crianças com deficiência aprendem mais estudando junto com crianças sem deficiência.
O estudo também revela que 87% dos pais de crianças com deficiência têm medo de que seus filhos sofram preconceito na escola; e 68% dos entrevistados discordam que crianças com deficiência podem atrasar o aprendizado de seus colegas.
A pesquisa vem em um momento em que se avalia a necessidade de escolas especiais. Tanto o Plano Nacional de Educação como a Constituição Federal defendem que a educação é um direito universal, o que contempla a inclusão de crianças com deficiência intelectual em escolas regulares.
Especialistas consideram que a discussão sobre inclusão deve ir além das deficiências com que a sociedade está familiarizada, tratando também do respeito ao ritmo de aprendizado de cada um, às limitações de foco e concentração, as dificuldades de linguagem ou até mesmo de questões mais subjetivas como a retração social.
Esse ponto foi abordado pelo estudo e mostrou que 8% dos entrevistados declaram que possuíam algum tipo de deficiência, estando ela ou não na definição legal de deficiência.
Vale apontar que a educação inclusiva é o 4° dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU que fazem parte da Agenda 2030.
Fonte: Lunetas