Filho de 12 anos ensina mãe catadora de recicláveis a ler e escrever
De acordo com a Unesco, existem 781 milhões de pessoas analfabetas no mundo
Sandra Maria de Andrade tem uma história marcada pela violência e o abandono, mas também pela superação.
Aos 13 anos, Sandra foi abandonada pela mãe e depois entregue pela avó para um casal que não a deixou estudar. Assim ela não teve a oportunidade de aprender a ler e escrever. Trabalhou na lavoura e vivia nas ruas comendo sobras de alimentos que encontrava no lixo, até que resolveu fugir.
Depois de alguns anos, quando já estava um pouco mais velha, foi morar com um homem em troca de comida e um teto para morar. A vida parecia melhorar, mas só piorou. Ela sofria agressões por parte do homem constantemente. Após levar facadas e ter seu cabelo arrancado, Sandra fugiu com os três filhos que teve com o homem.
Em uma pequena casa numa rua de areia na periferia de Natal, no Rio Grande do Norte, Sandra começa a dar os primeiros passos no mundo das letras. O filho Damião, do seu segundo relacionamento, foi quem incentivou Sandra.
O menino de 12 anos de idade começou a chamar a mãe para ser ouvinte das histórias que lia. “Mãe, mãe, quer ler comigo? É uma historinha. E tem figuras”, ele dizia. Não demorou para logo o menino ensinar as letras do alfabeto.
“Quando eu aprendi, disse: vou fazer outra identidade que é pra quando chegar nos cantos e dizer: eu sei fazer meu nome. Pra mim, já era tudo eu saber. Chegar lá, o povo dizer ‘assine aqui’ e eu dizer: agora eu sei ler e escrever. Não sinto mais vergonha”.
Em apenas um ano, Sandra leu 107 livros. A obra que mais gostou foi ‘Ninguém nasce genial’, do escritor Sérgio Vieira Brandão. “Escrevi meu nome nele. Porque ninguém nasce gênio. Eu achava que não precisava mais saber, achava que era tarde pra saber”.
Aos 43 anos, Sandra está saindo da estatística dos adultos analfabetos no mundo. De acordo com a Unesco, 781 milhões de pessoas são analfabetas.
Fonte: BBC Brasil
ana paula de almeida matina costa
05/06/2018 @ 11:23
Linda matéria. Acredito que com empenho da sociedade podemos sim reduzir em números bem elevados o analfabetismo mundial.