Grécia jogou e deixou à deriva no mar mais de mil imigrantes refugiados
De acordo com levantamento do The New York Time, as expulsões ocorreram nos últimos meses. Caso o ato seja confirmado, a Grécia terá que responder pelas violações de direitos humanos
Por: Isabela Alves
Autoridades da Grécia jogaram pelo menos 1.072 imigrantes e refugiados em alto mar. O levantamento foi produzido pelo jornal estadunidense The New York Times.
Os repórteres apuraram que as expulsões ocorreram nos últimos meses. As informações foram verificadas por três entidades, dois pesquisadores e a guarda costeira da Turquia, país com o qual o governo grego possui divergências históricas que se intensificaram ainda mais nos últimos anos.
O governo da Grécia nega qualquer irregularidade e diz que tem “um histórico comprovado de cumprimento do direito internacional, convenções e protocolos”, e que “isso inclui o tratamento de refugiados e migrantes”. No entanto, caso se confirme o ato, o país terá que responder pelas violações de direitos humanos.
Além de reunir os dados, a reportagem conversou com cinco sobreviventes. Uma das entrevistadas, chamada Najma al-Khatib, trabalha como professora há 50 anos. Ela afirmou que foi pega pelas autoridades gregas com outras 22 pessoas (sendo que 2 eram bebês) na ilha de Rodes, que fica a 18 quilômetros da costa turca.
Durante a madrugada, Najma foi apanhada por policiais gregos mascarados, que a jogaram em um bote salva-vidas com um colete salva-vidas. O grupo ficou à deriva no Mar Egeu e foi resgatado pela Guarda Costeira turca.
A tensão crescente entre Tayipp Erdogan, chefe de Estado turco, e as autoridades de Bruxelas, podem levar a uma nova crise de refugiados – e os imigrantes correm o risco de serem utilizados como arma política contra a União Europeia.