Inimigos do planeta? Espécie humana é a mais perigosa da história
Em apenas 46 anos, o ser humano e suas atividades acabaram com pelo menos dois terços da vida selvagem global
De acordo com o Relatório Planeta Vivo, do Fundo Mundial para a Vida Selvagem (WWF), divulgado em setembro, em apenas 46 anos, o ser humano e suas atividades acabaram com pelo menos dois terços da vida selvagem global. Isso significa que os tamanhos das populações de mamíferos, aves, peixes, anfíbios e répteis viram uma queda média de 68%.
“Não temos tempo para esperar. A perda da biodiversidade, a perda da natureza, está em um nível sem precedentes na história da humanidade”, diz Elizabeth Mrema, secretária-executiva da Convenção sobre Diversidade Biológica, da ONU. “Somos a espécie mais perigosa da história mundial.”
Os humanos estão causando a extinção de outras espécies por meio da caça, pesca predatória e destruição de florestas.
Somos quase inteiramente responsáveis pela extinção de várias espécies de mamíferos nas últimas décadas, de acordo com um estudo recente publicado na revista especializada Science Advances.
E as previsões sugerem que outras 550 espécies de mamíferos serão perdidas neste século, se continuarmos no caminho atual.
Na Cúpula da ONU sobre Biodiversidade, realizada no dia 30 de setembro em Nova York, o secretário-geral da entidade, Antonio Guterres, afirmou que “a humanidade está travando uma guerra contra a natureza e precisamos reconstruir essa relação”.
Os países estão sendo instados a assinar um acordo, que representaria para a biodiversidade o que o acordo climático de Paris foi para as mudanças climáticas.
Isso se enquadra no que se conhece como Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), tratado internacional firmado na chamada “Cúpula da Terra” realizada no Brasil em 1992.
Este acordo tem três objetivos: a conservação da diversidade biológica; o uso sustentável de seus componentes; e a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados do uso dos recursos genéticos.
Os países tinham até este ano para atingir as metas estabelecidas há uma década, que vão desde conter a extinção até reduzir a poluição e preservar as florestas. Apesar de alguns avanços, nenhum dos objetivos foi alcançado.
Por enquanto a espécie humana está sendo a mais destrutiva para o planeta.
Fonte: BBC News Brasil