Mais de 40% dos refugiados no Brasil já sofreram discriminação no país
Pesquisa também revelou dados sobre o nível educacional e o acesso ao mercado de trabalho desta população
Por: Isabela Alves
41% dos refugiados que vivem no Brasil já sofreram algum tipo de discriminação. O dado é do ‘Perfil Socioeconômico dos Refugiados no Brasil’, um levantamento realizado por universidades parceiras da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
O estudo realizou 487 entrevistas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Amazonas e no Distrito Federal.
73,5% dos refugiados que foram vítimas de discriminação apontaram como motivo o fato de serem estrangeiros. Já 52% sofreram discriminação por serem negros.
O estudo ainda revelou que os refugiados tinham uma boa condição de vida no seu país de origem, mas, por conta das perseguições e guerras, eles tiveram que recomeçar a vida em outro local.
34,4% deles concluíram o ensino superior e 92,2% declararam saber falar português. No entanto, um dos maiores obstáculos para a integração dos refugiados no país é a revalidação de diplomas e certificados de qualificação: Apenas 14 entrevistados revalidaram seus diplomas e 133 não conseguiram revalidar esses documentos.
Na questão do mercado de trabalho, 57,5% estão trabalhando, 19,5% estão procurando trabalho, e 5,7% não estão empregados e nem estão em busca de emprego.
227 refugiados relataram que sentem dificuldades para entrar no mercado de trabalho. Entre os maiores desafios estão a falta de domínio do idioma, o fato de serem estrangeiros, falta de recursos para buscarem emprego, preconceito racial e a falta de alguém com quem deixar os filhos.
Em média, a família refugiada que vive no Brasil é formada por quatro pessoas que dividem uma renda domiciliar entre 1 mil e 3 mil reais, ou seja, eles possuem uma renda domiciliar per capita inferior a um salário mínimo.
Fonte: ONU Brasil