Mortalidade infantil em periferia de SP é 23 vezes maior que em bairro nobre
Enquanto em Marsilac, no extremo sul da cidade de São Paulo, o número de óbitos de bebês menores de um ano é de 24,59 a cada mil nascidos vivos, em Perdizes a taxa é de 1,07 por mil nascidos vivos
Altas taxas de mortalidade infantil indicam baixos níveis de saúde, desenvolvimento socioeconômico e condições de vida.
Mundialmente, a taxa de mortes de crianças menores de um ano, para cada mil nascidas vivas, caiu de 90 em 1990, para 43 em 2015, de acordo com dados da ONU. No Brasil, a taxa passou de 53,7 em 1990, para 17,7 em 2011.
O Mapa da Desigualdade 2019, elaborado pela Rede Nossa São Paulo, mostra a diferença da mortalidade infantil em bairros periféricos e bairros nobres da cidade de São Paulo.
Enquanto no distrito de Marsilac, no extremo sul da cidade, o número de óbitos de bebês menores de um ano é de 24,59 a cada mil nascidos vivos, em Perdizes, bairro considerado nobre, a taxa é de 1,07 por mil nascidos vivos. A diferença entre as duas pontas do ranking é de 23 vezes.
Outros bairros que figuram entre os que têm as maiores taxas de mortalidade infantil são República (que, apesar de estar no centro da cidade, concentra um grande número de pessoas de baixa renda), Parque do Carmo, José Bonifácio, Socorro, Jaguara e Cidade Tiradentes.
Depois de Perdizes, os distritos com as menores taxas são Itaim Bibi, Bela Vista, Consolação, Pinheiros e Moema.
Publicado desde 2012, o Mapa da Desigualdade consiste no levantamento de uma série de indicadores de cada um dos 96 distritos da capital paulista, de modo que se possa comparar dados e verificar os locais mais desprovidos de serviços e equipamentos públicos. O Mapa mostra a dimensão dos desafios que precisam ser superados.