Mulher que foi presa e condenada por votar recebe perdão 150 anos depois
Em 1872, Susan B. Anthony foi presa e condenada nos Estados Unidos simplesmente por votar. Na época, mulheres não tinham esse direito. Susan dedicou sua vida à luta pela igualdade entre homens e mulheres
Em 1872, Susan B. Anthony foi presa e condenada nos Estados Unidos, simplesmente por votar. Na época, mulheres eram proibidas de votar. Susan desafiou a lei que excluía mulheres e se registrou como eleitora no pleito presidencial daquele ano.
No dia das eleições, ela e outras 14 colegas convenceram os fiscais eleitorais e conseguiram votar, citando a 14ª Emenda da Constituição norte-americana, que afirma o seguinte: “Nenhum Estado criará ou aplicará qualquer lei que restrinja os privilégios ou imunidades dos cidadãos dos Estados Unidos”. Dias depois, elas foram presas, acusadas de votar ilegalmente.
Elas foram soltas devido aos protestos, mas Susan foi submetida a um julgamento que repercutiu muito na época. Antes de ser julgada, ela viajou por 29 cidades para apresentar um discurso escrito por ela, intitulado ‘É crime uma cidadã dos EUA votar?’.
No texto, ela defendia veementemente o sufrágio universal. “Fomos nós o povo, não ‘nós, os brancos’, ou ‘os homens’, nem ‘nós, os cidadãos masculinos’, mas nós, todo o povo, que formamos esta União”, afirmava.
Susan acabou condenada a pagar uma multa de US$ 100, o que se recusou a fazer. “Resistir à tirania é obedecer a Deus”, afirmou no fim do julgamento, que ela classificou como “o maior ultraje judicial da história”.
Susan morreu aos 86 anos, em 1906. A emenda constitucional que permitia o voto feminino nos EUA só foi aprovada 14 anos depois.
O perdão, concedido pelo presidente Donald Trump, gerou algumas reações negativas por parte de pessoas que admiram Susan, pois acreditam que ela não aceitaria o indulto.
Professora e escritora, Susan se destacou desde cedo pelo ativismo social. Em 1837, com apenas 17 anos, ela começou a organizar e recolher petições contra a escravidão nos Estados Unidos.
Ao longo do tempo, passou a dedicar-se a causas como a luta pelos direitos das mulheres, o sufrágio feminino e universal, a igualdade jurídica e salarial, o direito à independência financeira para as mulheres casadas, entre outros.
Fonte: History