Mulheres ainda dedicam mais horas semanais a funções domésticas

Pesquisa divulgada pelo IBGE mostra a disparidade entre gêneros nas tarefas domésticas. A pesquisa também indica que elas têm menos tempo para exercer um trabalho remunerado

Por: Mariana Lima

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma pesquisa sobre a desigualdade de gênero nas residências em 2019. Apesar da pesquisa mostrar que a tendência de maior participação dos homens em funções domésticas tenha se mantido, as mulheres ainda realizam o trabalho mais pesado, como cozinhar e limpar a casa.

Com a sobrecarga desta funções extras, as mulheres têm menos tempo para se dedicarem a um trabalho remunerado. A pesquisa aponta que mulheres empregadas ou com trabalho informal registram uma carga horária semanal de 5,1 horas a menos em comparação com homens.

O levantamento utiliza como base de dados a Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (Pnad) para identificar outras formas de trabalho praticadas pela população, incluindo os afazeres domésticos, o cuidado de pessoas, produção para consumo próprio e voluntariado.

Dados

De acordo com o IBGE, 149 milhões de brasileiros, o equivalente a 87,1% da população com 14 anos ou mais, informaram ter realizado alguma atividade doméstica ou de cuidado com pessoas no domicílio em que moram ou na casa de familiares, gastando em média 16,8 horas semanais.

Entre as mulheres, 92,1% responderam que realizam afazeres domésticos e 36,8% cuidavam de pessoas em casa ou na casa de parentes. Já entre os homens, foram 78,6% e 25,9%, respectivamente.

A pesquisa indica que as mulheres continuam como as principais responsáveis pela parte mais pesada, como cozinhar e limpar a casa (95,5%), auxiliar nos cuidados pessoais de outros indivíduos (85,6%) e nas atividades educacionais dos filhos (71,2%).

Um equilíbrio só é alcançado quando se trata da organização do domicílio, que inclui ações como pagar contas e contratar serviços (74% entre elas e 71% entre os homens), fazer companhia (91,6% e 87,6%, respectivamente), brincar e transportar os filhos (72,6% e 70,5%, respectivamente). Os homens são maioria apenas na realização de pequenos reparos do domicílio, automóvel ou eletrodoméstico, 58% contra 30,6% das mulheres.

Em média, mulheres não ocupadas dedicam 54 horas por semana a afazeres domésticos e/ou cuidado de pessoas. Entre homens não ocupados, a média é de 12,1 horas.

Quando a mulher está empregada, a média de horas dedicadas aos afazeres domésticos e/ou cuidado de pessoas cai para 18,5. E a média entre os homens ocupados é de 10,4.

A pesquisa ainda revela que de acordo com o grau de escolaridade aumenta a participação dos homens nas atividades domésticas. Entre os que têm o ensino superior completo, a participação chega a 85,7% contra 74,1% dos que não concluíram o ensino fundamental.

Para ler a pesquisa completa, clique aqui.

Fonte: Folha de S.Paulo