Mulheres criam projeto que capacita pessoas em situação de rua
O projeto visa qualificar pessoas vulneráveis para o mercado de trabalho através do artesanato
Por: Mariana Lima
Mariana Machado e Ana Paula Rios se juntaram em 2018 para fundar o “Da Rua Para Você“, um negócio social localizado no Rio de Janeiro e coordenado exclusivamente por mulheres.
O negócio funciona como uma oficina-escola para capacitar pessoas em situação de rua e gerar renda para alterar a realidade em que vivem.
A renda que conseguem com a venda dos itens personalizados por elas, como camisetas, garrafinhas, canecas, canetas e ecobags, é revertida para a autogestão do negócio, possibilitando a abertura de novas turmas, a manutenção de maquinário, a compra de materiais e lanches e demais despesas e programas.
A iniciativa ocorre dentro do Instituto LAR, uma organização sem fins lucrativos que busca recuperar a dignidade de pessoas em situação de rua através de um conjunto de ações, oferecendo moradia, doações, atendimento psicológico e jurídico, retirada de documentos, montagem de currículo e apoio aos dependentes químicos.
Mariana Machado é diretora voluntária do Instituto LAR, enquanto Ana Paula é estudante de engenharia e já coordenava outro projeto social, o Banho da Alegria, serviço que oferece acesso a higiene e banho para quem precisa.
A iniciativa, que as duas criaram juntas, já capacitou 27 pessoas desde março deste ano. A ação começa com um curso gratuito de estamparia, com aulas práticas de serigrafia, além de gestão financeira e noções de como se comportar em uma entrevista de emprego.
Quando concluem o curso, os alunos recebem o acesso à materiais e horários para utilizarem os equipamentos, caso queiram continuar na área e produzir os itens por conta própria.
Os estudantes que se destacarem pelo comprometimento poderão realizar um segundo curso, mais individualizado e com duração de três meses, agora utilizando a técnica de sublimação para estamparia.
A pessoa pode utilizar os espaços do Instituto LAR para produzir itens sob encomenda, sendo remunerada pelo trabalho que realiza, além de receber alimentação, moradia e acesso a todas as atividades do Instituto. Caso queriam trabalhar sozinhos, eles também recebem suporte.
Após a conclusão dos cursos, os alunos continuam a receber acompanhamento psicológico, auxílio para buscar vagas de emprego, e a participar de palestras sobre empregabilidade.
Para conseguir participar, os interessados devem ser atendidos por algum projeto social ligado à causa e que fique responsável pela inscrição de seus assistidos.
A inciativa atende tanto homens como mulheres, mas o público feminino tem preferência. As mulheres em situação de rua enfrentam um desafio maior por estarem mais vulneráveis. Casos de assédio físico, moral e estupro fazem parte da realidade de muitas delas.
Fonte: Universa