A música que você ouve indica sua forma de pensar
Gosto musical não se discute, como diz a maioria das pessoas. Mas pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, descobriram através de um estudo que o gosto musical influencia no modo de pensar da pessoa.
David Greenberg, doutorando em Cambridge, sugere que esses achados podem ser úteis à indústria da música. “No Spotify e na Apple Music, por exemplo, há muito dinheiro sendo gasto para escolher quais músicas você deverá gostar”, afirma.
Publicado na plataforma Plos One, o estudo apontou que pessoas empáticas, com maior capacidade de se identificar com outra pessoa, preferiram músicas mais suaves, de baixa energia. Participantes com altos índices de empatia se aproximaram de músicas como a versão de Jeff Buckley para Hallelujah, de Leonard Cohen, e Come Away with Me, de Norah Jones.
Essas pessoas que têm alto índice de empatia tiveram maior inclinação a gêneros como R&B, soft rock e folk. Já aquelas classificadas como “sistemáticas” – pessoas que procuram analisar padrões no mundo – optaram por punk, heavy metal e músicas em geral mais complexas.
Quem foi identificado como “sistemático” teve maior conexão com músicas como Enter Sandman, do Metallica.
Durante a investigação, os pesquisadores descobriram que dentro de um mesmo gênero musical havia diferenças na intensidade e no estilo de música preferido por cada grupo.
Para realizar o estudo, pesquisadores recrutaram quatro mil participantes, que foram submetidos a diferentes testes.
Primeiramente, foi solicitado que eles preenchessem questionários com afirmações desenhadas para investigar se eram mais “empáticos” ou “sistemáticos”.
Os participantes responderam, por exemplo, se tinham interesse por design e construção de motores de carro, e se eram bons em prever o sentimento das pessoas.
Depois, foram submetidos a 50 trechos curtos de músicas, de 26 estilos diferentes, e tiveram que dar notas de 1 a 10 para cada trecho.
A maioria das pessoas toma decisões instantâneas sobre músicas das quais gosta ou não gosta, mas os cientistas afirmam que os mecanismos dessas preferências continuam pouco claros.