Na Amazônia, projetos de conservação de florestas estão paralisados
Devido aos impasses sobre o Fundo Amazônia, Alemanha e Noruega não realizaram os repasses previstos para 2019, causando perdas para o país
Por: Mariana Lima
De acordo com uma apuração realizada pelo Jornal Nacional, novos projetos de conservação das florestas na Amazônia brasileira estão parados.
As verbas para os projetos são enviadas por meio do Fundo Amazônia, criado justamente para captar dinheiro para projetos que combatem o desmatamento.
O fundo já recebeu doações de países como a Noruega e a Alemanha, que juntos chegaram a colaborar com mais de R$ 3 bilhões.
Entre 2009 e 2018, o fundo repassou mais de R$ 1 bilhão para 103 projetos de órgãos públicos e organizações da sociedade civil.
Um dos projetos beneficiados com parte deste valor foi o Sentinelas da Floresta, que atua na produção da castanha no Mato Grosso.
Esse projeto conseguiu ajudar 300 famílias na primeira etapa, no entanto, ano passado não recebeu nenhuma verba do BNDES, instituição que administra os recursos e que havia aprovado o projeto em 2018.
O repasse do dinheiro não vem ocorrendo devido às dúvidas levantadas pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre a eficiência dos projetos no último ano e a sugestão, dada por ele, de mudanças nas regras para o uso dos recursos.
Os governos das duas principais potências doadoras do fundo, a Alemanha e a Noruega, não concordaram com a declaração e elogiaram a forma como vinha sendo feita a utilização do dinheiro arrecadado.
Em julho de 2019, um decreto federal cancelou a atuação do Comitê Orientador do Fundo Amazônia, que definia as prioridades e acompanhava os resultados obtidos.
O impasse em relação ao Fundo Amazônia fez com que Alemanha e Noruega não realizassem os repasses previstos para 2019, causando uma perda de R$ 1 bilhão para o fundo.
Os dois países ainda solicitaram ao BNDES a suspensão da análise das propostas até o fim das negociações com o Ministério do Meio Ambiente.
Como as negociações não possuem um prazo para serem finalizadas, 2019 terminou sem nenhuma reunião do conselho orientador e sem a aprovação de nenhum novo projeto.
Fonte: G1 – Jornal Nacional