Com aumento da mortalidade, OMS suspense testes com hidroxicloroquina
Uma pesquisa com 96 mil pacientes apontou que não houve eficácia da hidroxicloroquina contra a Covid-19. Muito pelo contrário, a substância aumenta o risco de morte
A Organização Mundial de Saúde (OMS) suspendeu nesta segunda-feira (25/05) o uso da hidroxicloroquina em pesquisas que coordenava com cientistas de 100 países.
A decisão de suspender temporariamente os testes foi tomada até que a segurança da droga seja reavaliada, já que estudos recentes mostraram que ela não é eficaz contra a Covid-19 e pode aumentar o risco de morte dos pacientes.
O diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que a suspensão foi determinada depois da divulgação dos resultados do estudo publicado na última sexta-feira (22/05) na revista científica ‘The Lancet‘.
A pesquisa, feita com 96 mil pessoas, apontou que não houve eficácia das substâncias contra a Covid-19 e detectou risco de arritmia cardíaca nos pacientes que as utilizaram.
A OMS havia anunciado que era contra o uso amplo da cloroquina para tratar a Covid-19. Quando o Brasil passou a orientar que pacientes com quadros leves pudessem usar o medicamento, os diretores da entidade ressaltaram que a droga só deveria ser usada dentro de “ensaios clínicos”, que são os testes dentro de pesquisas médicas.
“Os autores reportaram que, entre pacientes com Covid-19 usando a droga, sozinha ou com um macrolídeo [classe de antibióticos da qual a azitromicina faz parte], estimaram uma maior taxa de mortalidade”, afirmou Tedros.
Mesmo sem evidências científicas que comprovem a eficácia dos medicamentos contra a Covid-19, o Ministério da Saúde divulgou, na semana passada, um documento com orientações para uso da cloroquina.
Fontes: G1 e The Lancet