OMS tira transexualidade da lista de doenças mentais
Este é um passo importante para a redução do estigma e da discriminação em relação a essa população
Por: Isabela Alves
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a retirada dos transtornos de identidade de gênero do capítulo de doenças mentais. Com isso, o termo passa a ser chamado de incongruência de gênero e está inserido no capítulo sobre saúde sexual.
A nova classificação acontece 28 anos depois da decisão de retirar o termo “homossexualismo” da lista de doenças. Para a OMS, este é um passo importante para a redução do estigma e da discriminação em relação a essa população e para a garantia de acesso à saúde.
Os Estados-membros das Nações Unidas poderão adotar a nova CID a partir de maio de 2019, quando será apresentada na Assembleia Mundial da Saúde, e a lista passa a valer oficialmente a partir de 1º de janeiro de 2022. A versão disponível atualmente é uma pré-visualização, e permite que os países planejem, traduzam e capacitem os profissionais de saúde para trabalhar de acordo com as novas classificações.
Expectativa de vida da população trans no Brasil
O Brasil tem se destacado pela quantidade de crimes de ódio contra mulheres travestis, homens e mulheres transexuais. A expectativa de vida dessa população no país é de 35 anos, menos de metade da média nacional (75 anos).
Segundo um levantamento realizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), no ano passado, houve aumento de 24% no número de assassinatos transfóbicos. No total, foram 179 mortes, 35 a mais do que em 2016. Outro dado alarmante, este citado na pesquisa realizada pelo TransRespect em 72 países, aponta que o Brasil foi responsável por quase 40% dos 2.600 assassinatos em todo o mundo nos últimos dez anos.