Ministra diz que se Pantanal tivesse mais gado queimadas seriam menores
Afirmação foi feita pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Na teoria da ministra, o boi come o capim seco e isso evitaria as queimadas. Greenpeace lançou nota destacando que queimadas descontroladas no Pantanal são fruto de desmonte na gestão ambiental
Em setembro, o Pantanal registrou o pior mês de queimadas na sua história, enquanto a Amazônia teve o segundo pior mês de queimadas da última década. Os dados são do programa de Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Um dos principais motivos das queimadas é que fazendeiros usam fogo desmatar a vegetação e transformar o terreno queimado em pasto para gado.
Em audiência no Senado, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, surpreendeu a todos quando disse nesta sexta-feira (09/10) que o boi é o “bombeiro do Pantanal” e que, se tivesse mais gado no bioma, as queimadas e o “desastre” na região poderiam ter sido menores.
Na teoria da ministra, o boi come o capim seco e isso evitaria as queimadas: “Aconteceu o desastre porque nós tínhamos muita matéria orgânica seca que, talvez, se nós tivéssemos um pouco mais de gado no Pantanal, isso teria sido um desastre até menor do que nós tivemos este ano”, afirmou a ministra na comissão que acompanha ações contra as queimadas no Pantanal.
Em nota, a organização não-governamental Greenpeace, que atua em defesa do meio ambiente, disse que o argumento da ministra foi “equivocado”. O Greenpeace afirmou também que o governo promoveu um desmonte na gestão ambiental, o que levou às queimadas descontroladas no Pantanal.
A comissão do Senado aprovou um requerimento para sugerir ao presidente Jair Bolsonaro a inclusão do Pantanal no Conselho Nacional da Amazônia Legal pelos próximos cinco anos.
O objetivo é garantir uma estrutura para o enfrentamento a futuras queimadas no bioma, com mais recursos financeiros e estrutura logística, incluindo aparato de combate a incêndios, como helicópteros e apoio da Força Nacional e da Defesa Civil.
Fonte: G1